O Brasil deve trazer muito petróleo ao mercado a partir de 2015, em razão da exploração da área do pré-sal, afirmou o economista-chefe da Agência Internacional de Energia (AIE), Fatih Birol. "Mas não esperamos um aumento relevante de produção no País antes disso", disse à Agência Estado, logo após entrevista coletiva em Londres. A agência apresentou previsões para o mercado de energia até 2030.

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Birol também mandou um recado para os envolvidos nos projetos da área do pré-sal no Brasil: "É importante que os investimentos sejam mantidos", afirmou. Essa é uma das maiores preocupações da AIE diante do cenário de crise financeira, já que a dificuldade de obtenção de financiamento está provocando o adiamento de projetos. Conforme a entidade, são necessários investimentos de US$ 26 trilhões no setor até 2030.

De acordo com diretor-executivo da AIE, Nobuo Tanaka, a era da energia barata acabou, mesmo com as previsões de consumo se enfraquecendo diante da crise financeira e da perspectiva de recessão global. Agora, a AIE estima que a demanda vai passar de 85 milhões de barris por dia em 2007 para 106 milhões de barris diários em 2030, uma alta de 1% por ano, em média. "Esta é uma revisão para baixo considerável", ressalta a AIE, considerando que a projeção foi reduzida em 10 milhões de barris por dia. No entanto, a entidade estima que, mesmo se a demanda mundial ficar estável até 2030, seria necessário obter uma capacidade de produção adicional de 45 milhões de barris de petróleo por dia para conseguir equilíbrio com a oferta.

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A AIE trabalha com um cenário de que o petróleo ficará em US$ 100,00, em média, entre 2008 e 2015. Em 2030, estará acima de US$ 200,00 considerando o valor nominal - o valor real equivale a cerca de US$ 120,00. Tanaka estima que, atualmente, os investimentos em produção são compensados com o barril a US$ 80,00.

Aquecimento global

A atuação dos países emergentes é imprescindível para o combate ao aquecimento global, na avaliação do economista-chefe da AIE. "É impossível atingir as reduções de emissões de poluentes necessárias sem a participação dos países que não fazem parte da OCDE." Segundo ele, todas as nações hoje concordam que o aquecimento global é uma questão importante. No entanto, falta entendimento sobre as formas de resolver o problema. Cada país, afirmou, está baseado em seus próprios interesses econômicos, o que gera a defesa de políticas diferentes. "Queremos buscar uma forma de minimizar essas diferenças.

Conforme Birol, mesmo se os países da OCDE cortarem a emissão de CO2 para zero (ou seja, sem nenhuma fábrica funcionando e nenhum carro na rua) não será possível chegar ao cenário de aumento da temperatura global de 2º C até 2030, a situação mais positiva considerada pela AIE. Sem mudanças nas políticas energéticas, a previsão é a de que a temperatura global suba 6º C.

Birol destacou que o encontro marcado para o final de 2009 em Copenhague, na Dinamarca, será importante para desenhar um novo sistema de combate ao aquecimento global. Ele acredita que a eleição de Barack Obama para a presidência dos Estados Unidos deve contribuir positivamente para o debate.

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