São Paulo (Folhapress) Negociadores do Brasil e Argentina chegaram a um consenso sobre o formato do mecanismo de salvaguardas que será adotado na regulação do comércio entre os dois países. O entendimento foi tomado após 20 horas de negociação a reunião que começou na terça-feira se arrastou noite adentro e terminou somente na madrugada de ontem.
O novo mecanismo que será aplicado entre os países vizinhos se chamará Mecanismo de Adaptação de Competitividade (MAC) e terá como objetivo impedir a possível invasão de produtos fabricados no Brasil na Argentina, ou vice-versa. Diante de uma disparidade comercial em algum setor, começa um processo de negociações entre as empresas dos dois países que fabricam o produto em questão.
Se não houver acordo, será formado um painel composto de três especialistas para analisar o caso, que poderá fixar cotas ou outra medida de restrição de importações, com validade mínima de um ano e máxima de quatro anos. As cotas levarão à taxação dos produtos que superarem o volume estipulado. No período em que valer a restrição, o país importador deverá criar o Programa de Adaptação Competitiva (PAC) para adaptar sua indústria para competir livremente.
A ministra da Economia da Argentina, Felisa Miceli, e seu colega das Relações Exteriores, Jorge Taiana, fizeram o anúncio do MAC acompanhados do embaixador brasileiro na Argentina, Mauro Vieira. "Estamos muito satisfeitos com o acordo, para que nossa indústria se fortaleça e se adapte competitivamente e para que se produzam as modificações na tecnologia e nos investimentos", disse Miceli.
O acordo põe fim a mais de um ano de negociações, desde que o ex-ministro da Economia Roberto Lavagna apresentou a proposta original que logo foi modificada, após o acirramento das divergências pelo desequilíbrio no comércio entre os dois países, principalmente nos setores de eletrodomésticos (aparelhos de tevê e linha branca), calçados e têxteis.
A reunião de terça-feira demorou para terminar porque havia muitas divergências entre Brasil e Argentina. A principal era o prazo de validade das barreiras. O Brasil defendia um acordo com validade de no máximo quatro anos e a Argentina queria um acordo por tempo indeterminado.
Julgamento do Marco Civil da Internet e PL da IA colocam inovação em tecnologia em risco
Militares acusados de suposto golpe se movem no STF para tentar escapar de Moraes e da PF
Uma inelegibilidade bastante desproporcional
Quando a nostalgia vence a lacração: a volta do “pele-vermelha” à liga do futebol americano
Reforma tributária promete simplificar impostos, mas Congresso tem nós a desatar
Índia cresce mais que a China: será a nova locomotiva do mundo?
Lula quer resgatar velha Petrobras para tocar projetos de interesse do governo
O que esperar do futuro da Petrobras nas mãos da nova presidente; ouça o podcast