Brasil e Argentina querem atuar juntos na próxima reunião do Fundo Monetário Internacional (FMI), em setembro, em Cingapura. A idéia é propor uma linha de crédito de emergência, que seria acionada em casos de crise sem muita burocracia.
A informação foi confirmada nesta segunda-feira pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, que se reuniu com sua colega argentina de pasta, Felisa Miceli.
- O FMI tem excesso de recursos. Vamos defender o lançamento de uma espécie de conta de emergência, mas sem a necessidade de apresentar um plano. É como se fosse um crédito especial, mas sem os juros altos - disse Mantega, que ratificou a intenção de anunciar as novas medidas cambiais entre hoje e, no máximo, quinta-feira.
Ambos os governos defendem outras iniciativas em comum, como o aumento da vigilância a países que não vêm cumprindo metas e responsabilidades, como os EUA.
- Não quero dar nomes, mas os EUA, por exemplo, têm déficit fiscal, e tanto o Brasil como a Argentina têm superávit. O FMI deve aumentar a vigilância sobre os países mais avançados - afirmou o ministro.
Brasil e Argentina também querem defender seu poder dentro do organismo, em meio ao processo de redistribuição de cotas no FMI.
- Alguns países, como a China, querem entrar e estamos de acordo. Mas não queremos que isso prejudique nossa participação - disse Mantega, que também reiterou o desejo dos governos de criar um banco de desenvolvimento do Mercosul e de eliminar o dólar das transações comerciais bilaterais, "um primeiro passo no caminho para a moeda comum".