Equipes técnicas dos governos do Brasil e da Argentina se reunirão na próxima terça-feira (28), em São Paulo, para discutir uma possível correção no rumo do comércio bilateral praticado entre os dois países.

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Isso porque as exportações brasileiras para o país vizinho caíram 42,1% no primeiro semestre deste ano, comparado a igual período do ano passado e há evidências de que não foi só por causa de retração da demanda argentina, provocada pela crise financeira global.

Há denúncias também, por parte dos exportadores brasileiros, da adoção de barreiras comerciais, como a prorrogação de licenças não automáticas nas importações, por prazos maiores do que a Organização Mundial do Comércio (OMC) recomenda. Com isso, os produtos chineses têm conseguido melhores condições para ganhar espaço no comércio argentino, em detrimento da produção brasileira, de acordo com queixa da Confederação Nacional da Indústria (CNI).

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Por essa razão, a CNI recomenda ao governo brasileiro a abertura de painel na OMC, sob justificativa de que o percentual de exportações brasileiras para a Argentina, atingidas pela medida, mais que triplicou nos últimos cinco anos. A medida era aplicada sobre 3,7% das exportações tradicionais do Brasil para aquele país, em 2004, e atualmente a prática atinge 13,5% do total de nossas vendas.

Dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior mostram que as exportações brasileiras diminuíram para todos os blocos comerciais, com exceção da Ásia, onde a China continua aumentando suas compras e tornou-se maior parceiro comercial do Brasil. Mas, em termos individuais, a situação mais preocupante diz respeito ao comércio com a Argentina, de acordo com o secretário de Comércio Exterior do Ministério, Welber Barral.

A recomendação da CNI, enviada por carta ao MDIC e ao Ministério das Relações Exteriores, foi apoiada também pela Associação do Comércio Exterior do Brasil (AEB), pela Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee) e por federações das indústrias de diferentes estados. A Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) também participará da reunião técnica da próxima terça-feira.