Os bancos centrais de Brasil e China fecharam um acordo nesta terça-feira (26) de troca de moedas locais (reais e iuanes), com operações de até R$ 60 bilhões (cerca de US$ 30 bilhões) e duração de até três anos.
O Banco Central brasileiro informou que a medida tem o objetivo de "facilitar o comércio bilateral entre os dois países". O acordo, assinado horas antes do início da cúpula dos Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) em Durban, no país africano, é uma medida das duas maiores economias emergentes para trazer mudanças reais ao fluxo de comércio internacional dominado pelos Estados Unidos e Europa.
"Nosso interesse não é estabelecer novas relações com a China, mas expandir relações a serem usadas no caso de turbulência nos mercados financeiros", disse o presidente do BC brasileiro, Alexandre Tombini, após a assinatura.
Com o acordo, os dois países tiram quase metade de suas ações comerciais da zona do dólar. O comércio entre os dois países totalizou cerca de US$ 75 bilhões em 2012.
Autoridades brasileiras disseram esperar que o acordo esteja em operação na segunda metade de 2013. O montante estabelecido no pacto pode ser prorrogado conforme a vontade das partes.
Segundo resolução publicada pelo BC nesta manhã, e aprovada em reunião extraordinária do Conselho Monetário Nacional (CMN), "os valores em reais recebidos pelo Banco Popular da China serão creditados em conta especial de depósito aberta em seu nome no Banco Central do Brasil, sem remuneração ou acesso a crédito, cuja utilização será restrita às movimentações de recursos vinculadas à execução do contrato".