Brasil e Estados Unidos deverão alcançar até o final de 2009 o objetivo comum de transformar o etanol em commodity, com a adoção de padrões mundiais específicos de produção e de qualidade desse biocombustível. Em visita ao Brasil, Reuden Jeffery, subsecretário de Estado americano de Assuntos Econômicos, de Energia e de Agricultura, avaliou que a cooperação bilateral na área de biocombustíveis, iniciada em março de 2007, registrou avanços, especialmente no segmento da produção do etanol de celulose.

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Esse progresso indica que os recorrentes ataques desferidos ao longo deste ano pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva contra o etanol produzido à base de milho pelos EUA não foram registrados em Washington como uma ameaça real à parceria. "Os EUA vêem a cooperação na área de biocombustíveis como um dos principais componentes da sua relação com o Brasil. Qualquer diferença que tenha surgido não abala nossa confiança nessa parceria", afirmou Jeffery, depois de encontrar-se com o subsecretário de Energia do Itamaraty, embaixador André Amado.

Nos últimos dois dias, Jeffery reiterou a autoridades brasileiras a expectativa dos EUA de aprofundar a cooperação bilateral na área energética. Em princípio, essa parceria foi considerada como política de Estado e tende a desenrolar-se independentemente da mudança de governo que será desencadeada a partir das eleições presidenciais americanas de 5 de novembro.

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Assim como essa tarefa, também ficará como herança para o futuro governo dos EUA a decisão de impulsionar ou não uma mudança na política de proteção comercial ao etanol americano, que resulta na imposição de uma tarifa de importação de US$ 0,54 por galão ao produto brasileiro. Jeffery insistiu que qualquer iniciativa de alteração dessa política dependerá, no final das contas, do Congresso americano.

Nesta sexta-feira (03), no Itamaraty, o subsecretário indicou que o presidente George W. Bush poderá participar da conferência internacional sobre biocombustíveis em novembro, em São Paulo, organizada pelo governo Lula como meio de contrariar as críticas de que a produção do etanol de cana-de-açúcar e de celulose prejudicariam a oferta mundial de alimentos. A presença de Bush, entretanto, ainda não foi confirmada pela Casa Branca.

Pré-sal

Boa parte da visita de Jeffery ao Brasil esteve concentrada em uma sondagem sobre o marco regulatório da exploração de petróleo na faixa do pré-sal, em elaboração pelo governo. Cauteloso, o subscretário adiantou que os EUA "confiam profundamente" na capacidade do Brasil definir leis apropriadas para a exploração de seus recursos energéticos, com respeito às suas necessidades. Mas agregou que os EUA deverão apoiar e encorajar investimentos de companhias americanas nesse setor.

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