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Acordo

Brasil e EUA se unem contra barreiras à carne de frango

Os exportadores de carne de frango do Brasil e dos Estados Unidos assinam neste domingo (11), durante a feira de Anuga, na Alemanha, um acordo de cooperação que aproximará os dois países na defesa de interesses comuns do segmento. Além de criar procedimentos padrão para a produção, industrialização e exportação de carne de frango, a Associação Brasileira dos Exportadores de Frango (Abef) e a Poultry&Egg Export Council (USA Peec) querem evitar que novas barreiras comerciais ao produto sejam criadas entre os países consumidores.

A aproximação entre os dois países não é por acaso. A parceria colocará do mesmo lado da mesa o maior produtor (Estados Unidos) e o maior exportador (Brasil) de carne de frango do mundo. Juntos, os dois países são responsáveis por aproximadamente 80% do comércio internacional do produto e pretendem ter um maior poder de negociação com os importadores internacionais. "O acordo prevê reuniões anuais entre as empresas dos dois países e pode, no futuro, evoluir para um acordo sanitário, que permitirá ao Brasil exportar frango para os Estados Unidos e vice-versa", afirma Francisco Turra, presidente da Abef.

Na mira dos exportadores brasileiros estão as barreiras europeias à carne de frango. O governo na Comunidade Europeia já sinalizou que pretende alterar a forma de cobrança de algumas tarifas ao produto brasileiro e também criar novas cotas de exportação. Hoje, o Brasil vende carne de frango congelada para empresas da Europa que processam o produto e o transformam em pratos prontos para o consumo. Pela mudança proposta pelo bloco, a carne de frango congelada teria de ser comercializada no varejo também congelada. "Os europeus não consomem carne dessa forma, já que o hábito de consumo é de pegar o produto pronto e consumir em casa. Isso poderia comprometer de 30% a 40% as exportações brasileiras para a região", afirma Turra.

Na última terça-feira, em Estocolmo (Suécia), Turra criticou o protecionismo europeu diretamente a José Manuel Durão Barroso, presidente da Comunidade Europeia. Durante a 3ª Rodada de Negócios União Europeia-Brasil, ele disse que a recuperação da economia mundial depende mais da liberdade comercial do que do protecionismo e conseguiu de Barroso o compromisso de tentar impedir que a proposta em discussão no bloco entre em vigor. Mesmo com as restrições, um terço das exportações brasileiras de carne de frango vai para a Europa.

Em novembro, Mercosul e União Europeia farão em Lisboa uma nova rodada de negócios para tentar retomar as negociações de uma parceria comercial. A proposta apresentada pelos exportadores brasileiros ao governo, para ser levada a Portugal, é de que seja eliminado qualquer tipo de cota de importação para a carne de frango. Com isso, seria criada uma tarifa média única, mas sem qualquer limite para exportação e pagamento de tarifas extracotas. "Aqueles que forem mais competitivos venderão, e nesse quesito o Brasil é um dos melhores do mundo", afirma Turra.

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