O Brasil e os Estados Unidos vão se unir em um projeto-piloto para produção de álcool em outros países, possivelmente começando pelo Caribe, como forma de ampliar a produção e o mercado para o biocombustível, afirmou nesta quinta-feira a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff.

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``Nós acertamos que iremos fazer um projeto-piloto num dos países do Caribe ou da América Central, e esse projeto será uma porta para novos outros em várias partes do mundo onde se achar que seja oportuno'', disse Dilma a jornalistas, após encontro com o subsecretário de Estado dos EUA para Assuntos Políticos, Nicholas Burns.

``O governo norte-americano reconhece o Brasil como um dos protagonistas dessa questão do biocombustível... No caso do etanol, especificamente, eles propõe que nós façamos uma parceria e atuemos em terceiros países'', acrescentou ela.

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Um eventual projeto no Caribe poderia ampliar as vendas do biocombustível brasileiro aos EUA, na medida em que atualmente empresas produtoras de álcool no Brasil já usam a região como plataforma exportadora para o território norte-americano.

Isso acontece porque as vendas por meio de países caribenhos não são taxadas pelos EUA. Para uma empresa exportar aos norte-americanos a partir do Brasil, o produto é taxado em 0,54 dólar por galão, o que limita as vendas brasileiras.

Ainda assim, os EUA são os principais compradores do álcool brasileiro.

``Foi um encontro produtivo. O subsecretário Burns veio manifestar um imenso interesse numa parceria estratégica.''

A ministra enfatizou a importância da participação dos grupos privados nacionais no projeto no exterior em parceria com os EUA, uma vez que os brasileiros já têm vasta experiência no setor.

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O Brasil é o maior produtor de álcool de cana-de-açúcar do mundo, enquanto os EUA são os maiores produtores de álcool a partir do milho. Antes de ir a Brasília, o subsecretário já havia demonstrado em São Paulo interesse no desenvolvimento de uma parceria com os brasileiros, com a intenção de reduzir a dependência norte-americana do petróleo importado, além de reduzir a influência de países produtores de petróleo.