O Brasil, que no ranking das 20 maiores economias do mundo ocupa a 10.ª posição, cai para o último lugar quando são analisados o tamanho da população, a extensão territorial e a extensão da malha rodoviária. O levantamento, da Associação Nacional de Transporte de Cargas e Logística (NTC) aponta para aquilo que muitas entidades e economistas temem: o país corre o risco de sofrer um apagão logístico.
Esse foi um dos temas discutidos ontem no fórum "Transporte do Futuro: Soluções Estratégicas", realizado pela Federação das Empresas de Transporte de Cargas do Estado do Paraná (Fetranspar) e Estação Business School/Ibmec.
"O Brasil é o último no ranking da malha rodoviária. Mas, pior do que isso, é que ele está muito longe do penúltimo colocado. Para as dimensões de população e a força da economia brasileira, a estrutura viária deveria ser muito maior", disse o presidente da NTC, Geraldo Vianna. Segundo ele, os investimentos necessários nos próximos 10 anos para melhorar as rodovias do país chegam a quase US$ 500 bilhões. "O poder público não tem esse dinheiro, nem vai ter. Mas no mundo há uma quantidade de dinheiro monumental. Temos de favorecer a entrada desse dinheiro na forma que nos interesse, claro que com algum atrativo para o investidor", avalia.
O presidente da Fetranspar, Luiz Anselmo Trombini, disse que é preciso parar com embates políticos e analisar projetos de forma técnica, dando preferência para as parcerias público-privadas (PPPs). "Finalmente o Brasil dá sinais de que vai crescer em termos razoáveis. Precisamos seriamente avançar nas discussões." Ele disse que o modelo de concessão das BR-116 (entre Curitiba e São Paulo e entre Curitiba e Rio Grande do Sul) e a BR-376 (de Curitiba a Florianópolis), que vão a leilão em 9 de outubro, está melhor do que no passado, mas ainda não é ideal. "Precisamos encontrar uma forma de mais pessoas pagarem, para que a tarifa fique mais baixa para todos." Ele não quis comentar a participação da Copel no leilão, como pretendido pelo governador Roberto Requião. Para Trombini, é fundamental que "os contratos estabelecidos sejam respeitados e cumpridos".
Segundo o diretor-presidente do Estação/Ibmec, Judas Tadeu Grassi Mendes, o crescimento do Brasil ainda não é extraordinário. "Estamos crescendo 5% ao ano, o que é pouco. Mas se o país crescer um pouco mais, bate na trave, pois não há infra-estrutura que agüente", observou.
PAC
O ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, o presidente da Itaipu Binacional, Jorge Samek, e o presidente da Agência Nacional do Transporte Ferroviário (ANTF), Benony Schmitz Filho, representaram o governo federal no evento e apresentaram os projetos de infra-estrutura em andamento. Bernardo falou dos impactos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) no Paraná.
No fórum, Samek ouviu os temores de entidades e empresas em relação à oferta de energia elétrica no Brasil. Ele garantiu que não faltará energia para dar conta do crescimento econômico brasileiro. "A maior parte do PAC, R$ 273 bilhões, será aplicada nas diversas modalidades de energia produzidas no país. Não vai haver falta de energia."
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