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Acordo

Brasil e México acertam cota de exportação de carros por 3 anos

Brasil e México fecharam nesta quinta-feira (15) acordo sobre a revisão do acordo automotivo entre os dois países, estabelecendo cotas de exportação de veículos por três anos. Depois disso, os dos países devem retornar ao regime de livre comércio. Autoridades das duas principais economias da América Latina acertaram que o México poderá exportar 1,45 bilhão de dólares em veículos ao Brasil no primeiro ano, 1,56 bilhão de dólares no segundo ano e 1,64 bilhão de dólares no terceiro ano.

O acordo foi fechado durante as negociações promovidas na quarta-feira pela delegação mexicana, liderada pelo secretário da Economia, Bruno Ferrari; e a do Brasil, com o ministro da Indústria e Comércio, Fernando Pimentel.

Uma vez terminado o período de três anos "continuarão sendo aplicadas todas as disposições do (acordo) ACE 55 como até agora; ou seja, haverá livre comércio para veículos leves", diz o texto.

O Brasil tinha proposto a revisão do Acordo de Complementação Econômica (ACE) 55, assinado em 2002 entre as duas maiores economias da América Latina, para que estabelecesse uma cota para as exportações mexicanas e assim corrigir um déficit da balança comercial entre os dois países de 1,7 bilhão de dólares a favor do México.

O Brasil registra um aumento sensível de suas importações devido à apreciação do real, o que tirou competitividade de sua indústria.

O governo brasileiro aumentou as tarifas alfandegárias para os automóveis importados, mas em virtude do acordo de 2002 não pôde fazer o mesmo com os produtos mexicanos.

As exportações de automóveis do México para o Brasil aumentaram quase 40% em 2011. O comércio entre os dois países atingiu cerca de 8,5 bilhões de dólares, 40% correspondente ao setor automotor.

"O México esteve disposto a escutar e considerar seu parceiro comercial para fazer frente aos problemas impostos pela situação econômica internacional, sempre acompanhado e escutando a indústria automotiva mexicana", completa o comunicado.

Depois da divulgação desse acordo, Eduardo Solís, presidente da Associação Mexicana da Indústria Automotora (AMIA), enfatizou a necessidade de que os limites às exportações só sejam aplicados por três anos.

"Assim terá que ser, porque disso depende o fluxo de investimentos e a manutenção dos empregos no México", disse Solís à imprensa.

Outros detalhes do protocolo fechado por México e Brasil estabelecem que, quanto "ao conteúdo regional de veículos leves, concordou-se em aumentar de 30% para 35% ao longo do primeiro ano e a partir do quinto ano aplicar 40%".

Sobre os veículos pesados, o documento informou que serão realizadas consultas para alcançar um acesso recíproco e a homologação das normas técnicas e ambientais.

México e Brasil concordaram também que durante o primeiro semestre de 2012 haverá missões empresariais dos dois países para fortalecer o comércio bilateral.

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