O Brasil é o décimo país mais complexo do mundo para fazer negócios, segundo pesquisa da consultoria TMF Group. O ranking, que mede a complexidade para as empresas multinacionais cumprirem a regulamentação e legislação corporativa, tem 95 países e é liderado por Argentina, Indonésia e Colômbia. O país menos complexo é a Irlanda.
Apesar da avaliação ruim, a classificação do Brasil melhorou bastante, já que na edição anterior da pesquisa o País era o segundo mais complexo do mundo. Segundo a TMF, o Brasil tem feito progressos no sentido de combater a corrupção e melhorar o ambiente corporativo, embora ainda tenha muitos obstáculos burocráticos e gargalos processuais. A consultoria também vê um esforço do governo em aumentar a eficiência na arrecadação de imposto de renda corporativo e da tributação sobre a folha de pagamento, incluindo a informatização nessas áreas.
No lado negativo, o relatório aponta que a inflação no Brasil está no maior nível em 12 anos e o dólar subiu quase 50% ao longo do último ano. “Embora esses fatores não afetem diretamente a conformidade, eles são um indicativo de que a economia está sob pressão e, assim, é improvável que o governo seja capaz de implementar as reformas necessárias para melhorar no ranking de complexidade no curto a médio prazo”, aponta o texto.
Dos dez países mais complexos do mundo, cinco são da América Latina. Segundo a TMF, embora a região ofereça muitas oportunidades para as empresas multinacionais, a complexidade é elevada em função dos altos níveis de burocracia e investimento limitado nas estruturas reguladoras.
De acordo com a TMF, as empresas que procuram investir e operar na América Latina podem enfrentar quantidades significativas de protocolos que abrangem a maioria das modalidades de negócios, incluindo saúde e segurança, recursos humanos e fiscal. Este impacto é multiplicado pela necessidade de obedecer às leis que muitas vezes são difíceis de interpretar e aplicadas de maneira inconsistente.
“A instabilidade política contínua também desempenha um papel importante, porque tem atrasado significativamente algumas das peças-chave da legislação destinadas a simplificar o ambiente de negócios em alguns destes países”, afirma o relatório. A consultoria diz que, embora seja difícil atribuir diretamente a complexidade à instabilidade política, a maioria dos países com pior desempenho no ranking atualmente enfrenta consideráveis turbulências nessa área. “Isso afeta todos os aspectos de uma economia e a infraestrutura legal de um país, impactando a criação e manutenção de um ambiente de governança corporativa estável”.
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