Dados divulgados pela empresa de segurança digital Symantec indicam que o Brasil foi o 8º país com mais ataques cibernéticos no mundo, em 2013. O país fica atrás apenas de nações como Estados Unidos, China e Índia. Na América Latina, o Brasil é o primeiro no ranking dos que sofreram mais ataques no ano passado.
Setores como de manufatura, construção e serviços profissionais foram os mais atingidos por ataques dirigidos, durante os últimos 12 meses. Em 2013, houve um aumento de 62% no número de violações de dados em relação ao ano anterior.
Segundo André Carraretto, especialista em segurança digital da Symantec, há um movimento de especialização dos tipos de malware que são criados por hackers. "Vemos que há menos famílias novas de vírus, mas mais variantes dentro dessas famílias. O vírus fica mais completo e especializado, mas não é um vírus novo."
De acordo com Carraretto, no ano passado, houve um crescimento de 50% na quantidade de variantes dentro de famílias de vírus em comparação a 2012.
Smartphones e Tablets
O ataque a dispositivos móveis também cresceu em comparação a 2012. Segundo o relatório, 38% dos usuários sofreram ameaças por softwares maliciosos. De acordo com os dados, 33% de todos os malwares móveis rastreiam os usuários e 20% coletam dados dos aparelhos infectados.
O foco dos ataques em dispositivos móveis é voltado, em sua ampla maioria, ao sistema operacional Android. Segundo Carraretto, a maior quantidade de lojas de aplicativos disponíveis e de pessoas utilizando o sistema é o que atrai o interesse dos hackers.
Internet das Coisas
A maior quantidade de dispositivos conectados também diversificou os tipos de ataques maliciosos realizados em 2013. A internet das coisas foi um dos pontos visados por hackers.
Segundo o relatório da Symantec, há registros de ameaças a babás eletrônicas, câmeras de segurança e roteadores em 2013. Também foram simulados ataques a smart TVs e equipamentos médicos confirmando a possibilidade de controlar os dispositivos remotamente.
"Um dispositivo de injeção de insulina automático que seja conectado à rede pode ser hackeado e invadido", explica André Carraretto.
De acordo com o especialista, o mercado ainda é muito novo e as soluções de segurança para os dispositivos ainda estão em processo de criação.
"O ideal é que a pessoa mantenha os dispositivos sempre atualizados, tenha uma senha forte e que seja trocada a cada 60 ou 90 dias, e ainda um firewall." Além disso, usar antivírus em dispositivos que tenham essa possibilidade auxilia para que o usuário não infecte sua própria rede com ameaças.