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Brasil é referência na Riviera Francesa

Publicitários de Curitiba reunidos em frente ao Palais – no fundo, da esquerda para a direita: Marco Pupo(JWT), Guilherme Gomide (Midia Digital), Fhabyo Matesick (Tif) e Marcos Minini (Grupo OM); no meio, Eduardo Tavares (Master), Vitor Afonso (Master), Ericson Straub (Straub) e Thiago Biazetto (Tif); na frente: Edson Ferreira (Straub), Thiago Artimonte (Deiró) e Thaisa Bono (Master) | Tif Comunicação
Publicitários de Curitiba reunidos em frente ao Palais – no fundo, da esquerda para a direita: Marco Pupo(JWT), Guilherme Gomide (Midia Digital), Fhabyo Matesick (Tif) e Marcos Minini (Grupo OM); no meio, Eduardo Tavares (Master), Vitor Afonso (Master), Ericson Straub (Straub) e Thiago Biazetto (Tif); na frente: Edson Ferreira (Straub), Thiago Artimonte (Deiró) e Thaisa Bono (Master) (Foto: Tif Comunicação)
Troféu da categoria Film, um dos mais desejados do festival |

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Troféu da categoria Film, um dos mais desejados do festival

Conhecidos os vencedores de nove das 13 categorias em competição no 58.º Festival Internacional de Criatividade de Cannes, o Brasil tem muito para festejar. O desempenho do país este ano, com 60 estatuetas, sendo cinco de ouro, já é o melhor pelo menos dos últimos dez anos – em 2010, recorde anterior, haviam sido 58 Leões.

Nas quatro categorias restantes, cujos resultados serão divulgados amanhã, o Brasil tem mais chances. As maiores esperanças dos brasileiros estão em filmes comerciais. A lista preliminar foi divulgada ontem e o país tem 14 peças na chamada shortlist.

Nas outras três categorias –Titanium & Integrated Lions, que premia a inovação em ações de comunicação nas diferentes plataformas de mídia; Film Craft Lions, para inovações na produção de filmes comerciais; e Creative Effectiveness Lions, que elege as peças publicitárias que efetivamente deram resultados aos anunciantes –, o país ainda não tem grande tradição.

As categorias em que o Brasil realmente se destaca são as de anúncios impressos e os outdoors. Nesta última o país ganhou 17 troféus. Em anúncios impressos foram 20, sendo um deles de ouro. Outros três prêmios vieram da categoria Rádio – sendo um para o escritório da JWT em Curitiba, com o spot criado para a 91 Rádio Rock. "Foram inscritos mais de 1,3 mil spots do mundo todo e apenas três brasileiros foram premiados. Por aí dá para ter uma ideia da dificuldade e da importância do prêmio. Para a carreira de um publicitário, o Leão faz toda a diferença. E poder recebê-lo pessoalmente é melhor ainda", comemora o redator da JWT, Marco Pupo, um dos criadores do anúncio.

A peça, que ganhou um Leão de bronze, celebra o rock n´roll. "Nossa ideia foi ‘apagar’ os instrumentos musicais de alguns clássicos do rock, deixando só os vocais originais. Com esse áudio, gravamos uma espécie de mini-novela, ambientamos novas historias. No spot vencedor, por exemplo, o Brian Johnson [vocalista do AC/DC] virou um vizinho chato reclamando do barulho de uma festa."

Reconhecimento

O jurado brasileiro em Impressos, Marcos Medeiros, diretor de arte da AlmapBBDO, diz que há reverência ao trabalho brasileiro na área. "O presidente do júri [Tony Granger, presidente global de criação da Young & Rubicam] olhava para uma peça é dizia: deve ser do Brasil. E era", conta. "Confesso que eu mesmo não sei identificar exatamente, mas há um jeito de fazer peças impressas que tem a cara do Brasil."

Medeiros reconhece que o desenvolvimento do Brasil na arte de fazer bons anúncios impressos está no preço que o anunciante paga por uma veiculação. "Com US$ 150 mil, o cliente não consegue fazer um filme que se destaque, mas faz uma boa campanha que, se ganhar destaque e prêmio em Cannes, ainda tem repercussão na mídia."

Design

Sem esconder o cansaço pela maratona de trabalho na presidência do júri de Design, o brasileiro Luciano Deos, sócio do escritório GAD Design e presidente da Associação Brasileira de Design (Abedesign), se mostrava bastante satisfeito com os cinco troféus obtidos na categoria – dois deles de ouro.

"São apenas quatro anos de participação no festival de Cannes", disse. "Há três a Abedesign começou a se envolver e a mudar a percepção de que o Brasil também tem design de qualidade. Tanto que, no folder que preparamos para o estande que montamos aqui, mostramos que temos design em carro (Fiat Mille desenvolvido no Brasil), temos design em avião. Não precisamos nos intimidar com a produção na área dos anglo-saxões."

Deos está convicto de que, mais do que o crescimento da participação, ou a preocupação com a quantidade de prêmios obtidos, o que precisa efetivamente mudar é a mentalidade. "Temos capacitação para oferecer alternativas a clientes globais, e faremos isso. Por isso mesmo, destacamos a frase de que o mundo, em cinco anos, estará comprando o design brasileiro."

De forma geral, a categoria, que passou a estar presente na competição em Cannes há quatro anos, é relativamente nova também para os outros países participantes. "Então", diz Deos, "vamos ocupar posições, antes que outros façam isso."

Em seu balanço sobre o festival o designer Ericson Straub, head da agência que leva seu sobrenome, diz que a criatividade não pode ser vista como algo isolado. "Ela faz parte de um processo do conhecimento do problema e da solução, que em diversas vezes pode trazer o rompimento com o esperado, a quebra de paradigma. E isso torna a atividade criativa tão excitante e intrigante. O Grand Prix de design reflete exatamente isso", diz, em referência ao case "The Cos­mo­politan Digital Expe­rience". O trabalho feito para um hotel, explica Straub, mistura elementos digitais e tridimensionais para criar uma experiência única para as pessoas. "Ao mesmo tempo ele rompe com a visão dos tradicionais hotéis de Las Vegas onde se imagina logo de cara, grandes pirâmides, deusas gregas, luzes e fumaça colorida."

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