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Diante do cenário nebuloso da crise econômica que afeta tradicionais mercados rentáveis como Estados Unidos e Europa, a sigla Bric - criada pelo economista-chefe do banco Goldman Sachs, Jim O'Neill, em referência às principais potências emergentes Brasil, Rússia, Índia e China ganha sinônimo de esperança para o mundo sair do buraco. E, muito além da Lada, a Rússia se torna o principal concorrente do Brasil no que se refere a investimentos da indústria automobilística.
Para os brasileiros acostumados em ouvir falar do Lada Niva, que ganhou fama no mercado nacional na década de 1990 e sofreu duras críticas pelas dificuldades de manutenção e por não estar adequado às condições das vias no Brasil (até mesmo, climáticas), fica difícil imaginar a importância do complexo industrial russo. Mas, como o Brasil, o gigante país do Leste Europeu mudou bastante.
De acordo com o consultor de mercado e sócio da Creating Value Consultoria, Corrado Capellano, apesar da distância geográfica, Brasil e Rússia têm mercados semelhantes competem em termos de investimento de montadoras e, principalmente, de fornecedores de autopeças. "Os dois têm uma base industrial boa, um mercado automotivo em crescimento estável. Os dois podem abastecer tanto os mercados como as fábricas na Europa, Oriente Médio e América Latina", afirma.
A bola está no pé do Brasil
Embora o mercado russo desperte interesses nos investidores, as vantagens brasileiras de inflação controlada - a inflação na Rússia chega a 15% ao ano -e do posicionamento global da engenharia como centro de desenvolvimento podem definir a "briga".
Para o presidente da divisão brasileira da fabricante de autopeças italiana Magneti Marelli, Virgilio Cerutti, a flexibilidade dos brasileiros em desenvolver produtos com pouco investimento e o nível de maturidade da economia são as principais qualidades do país. "Com isso, o Brasil oferece oportunidades muito importantes sobre qualquer país do Bric", observa Cerutti.
Porém, o consultor da Creating Value ressalta a importância dos investimentos nos gargalos produtivos nacionais. "A impressão é que o Brasil chegou no gargalo, e não tem como manter um crescimento positivo. Na Rússia esta situação de crescimento pode ainda continuar por três.
Tanto a Rússia como o Brasil ainda estão longe de ter uma frota de um carro para cada cinco pessoas. Mas a velocidade na qual vão conseguir se aproximar a esta meta depende muito do quadro macroeconômico", completa Capellano.
Com a experiência de ter trabalhado no Brasil em duas fases da carreira uma na diretoria de compras da General Motors do Brasil em 1991 e, mais tarde, em 1996 na presidência da Delphi South América , o alemão que trabalha há muito tempo na indústria russa Volker Barth reconhece ainda que a Rússia tem muito o que aprender com o Brasil. Barth é o atual CEO da fornecedora russa de componentes automotivos RM Systems LLC.
"O Brasil tem de vantagem as lições da crise entre 1997 e 2002. A necessidade de reestruturação das antigas instalações de uma maneira econômica e enxuta. Combater a corrupção, a disciplina nos processos empresariais, a internacionalização dos empregados, mentes abertas para a entrada externa, expectativas razoáveis para o ROI (retorno sobre o investimento) e a imagem do ensino de engenharia", afirma o executivo.
Além disso, Barth reconhece que a imagem da Rússia foi afetada pelo conflito com a Geórgia (pelo controle da Ossétia do Sul) e que a crise global também trouxe prejuízos, como o forte movimento de saída de capital estrangeiro.
Segundo Barth, como o Brasil tem hoje uma grande indústria automobilística internacional, a indústria brasileira tem muito pouco o que aprender com a Rússia. "O que eu acho que funciona melhor atualmente na Rússia é o enfoque político sobre a indústria, infra-estrutura e
Potencial no mercado de luxo
As vantagens russas não se limitam à proximidade com países mais ricos. O país possui forte potencial no mercado de luxo, em que estão os produtos de maior valor agregado.
Segundo Volker Barth, apesar da grande procura dos russos por carros econômicos, o mercado é apoiado pelo desejo dos russos em demonstrar riqueza. "As pessoas na Rússia não guardam dinheiro, elas querem viver", observa Barth. Assim, o mercado russo deixa as portas abertas para os veículos importados, principalmente sedãs médios e grandes e utilitários esportivos.
No entanto, dois terços dos veículos comerciais e de passeio são fabricados na Rússia ou, pelo menos, montados. A principal montadora local é a estatal AvtoVAZ, que detém a marca Lada e que 25% de seu controle está sob o Grupo Renault, além de possuir parcerias com a General Motors.
Outro grupo de destaque é o Gaz, dominador do segmento de veículos comerciais leves. "Mas a Fiat está começando montagem de veículos em CKD e a Ford e a Hyundai podem começar dentro de alguns anos", comenta Barth, sobre a estratégia das empresas em exportar para a Rússia veículos desmontados.
Para Corrado Capellano, os investimentos feitos recentemente no país dão pontos positivos à indústria russa, que favorecida pelo mercado maior que o do Brasil, viabilizou economias de escala que o Brasil não tem. "Neste ano a Rússia passou a Alemanha em termos de número de carros novos vendidos", acrescenta.
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