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Crise

Brasil e Rússia são decepções, diz Carlos Ghosn

Carlos Ghosn, executivo-chefe do grupo Renault | CHRISTOPHE SIMON/AFP/ARQUIVO
Carlos Ghosn, executivo-chefe do grupo Renault (Foto: CHRISTOPHE SIMON/AFP/ARQUIVO)

Frustração é o sentimento que prevalece quando o executivo-chefe do grupo Renault, Carlos Ghosn, fala sobre o Brasil. Segundo principal mercado da montadora francesa, a filial brasileira viu as vendas despencarem mais de um terço com a crise econômica. A Rússia sofre do mesmo mal. “Brasil e a Rússia são as maiores decepções. Francamente, não acho que ninguém pode dizer que há bons resultados no Brasil”, disse.

Nascido em Porto Velho, Rondônia, e criado na França, o principal executivo de um dos maiores grupos automobilísticos do mundo não tentou esconder a frustração com os negócios na terra natal, mas reafirmou a aposta de longo prazo no mercado brasileiro.

“Antes da crise, há três ou quatro anos, o Brasil era o segundo mercado da Renault e a Rússia, o terceiro. Estavam atrás apenas da França. As vendas na Rússia caíram 45% em dois anos e o Brasil caiu mais de um terço e continuará caindo. É por isso que estamos assim (decepcionados)”, disse. “No caso do Brasil, não é o caso de que caiu muito e passou a ficar estável. Nós vamos ter outra queda vindo em 2016”, lamentou.

O executivo, que também comanda a montadora japonesa Nissan, diz que, como homem de negócios, não cabe a ele avaliar se o governo da presidente Dilma Rousseff é bom ou ruim. Mesmo assim, o executivo indica que não está confortável e usa como argumento o fato de que os resultados da economia indicam que as autoridades em Brasília não estão sendo bem-sucedidas.

Ações

Diante da crise vivida pela empresa nos dois grandes mercados emergentes, o executivo diz que há duas opções: “Sair dos países ou se preparar para a recuperação”. “Obviamente, nós estamos nos preparando nos dois mercados”, disse, ao reafirmar a aposta no Brasil e na Rússia. Entre as ações em curso nas filiais dos dois países, Ghosn listou esforço para ter produtos adaptados ao mercado local, aumentar produtividade e melhorar a cadeia de fornecedores.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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