Brasil e Venezuela formarão em julho um grupo de planejamento integrado por representantes de diversos ministérios dos dois países para acelerar sua integração, anunciaram neste sábado (2) os chanceleres das duas nações em entrevista coletiva no Rio de Janeiro.
O mecanismo se chamará Grupo de Reflexão e Planejamento Estratégica da Relação Bilateral, explicou o ministro das Relações Exteriores brasileiro, Antonio Patriota, após a reunião de trabalho que teve no Rio de Janeiro com seu colega venezuelano, Nicolás Maduro.
"Trata-se de um grupo que, com certeza, nos ajudará a ordenar ainda mais e a planejar o futuro das relações dos dois países", afirmou Maduro.
A primeira reunião do grupo bilateral está prevista para julho em Brasília, e sua intenção é que aborde acordos de cooperação em áreas como infraestrutura, comércio, agropecuária e moradia.
Segundo Maduro, o grupo será presidido na Venezuela pelo ministro Rafael Ramírez (Energia), um dos mais importantes colaboradores do presidente Hugo Chávez, mas contará com representantes de diferentes ministérios.
Patriota afirmou que as recomendações do grupo servirão para aumentar o comércio bilateral, que no ano passado chegou ao recorde de US$ 5,86 bilhões, valor cinco vezes superior ao de 2003.
No encontro deste sábado, também foram discutidas formas de aumentar a cooperação bilateral e de agregar as empresas privadas no processo.
Patriota anunciou que o governo Dilma Rousseff ajudará a organizar uma missão empresarial venezuelana para que visite o Brasil em busca de negócios.
"Precisamos reforçar e acelerar o processo de instalação na Venezuela de cada vez mais empresas brasileiras", acrescentou Maduro.
Segundo o chanceler venezuelano, as empresas de capital brasileiro - tanto individualmente como em associações ou em empresas de capital misto com as venezuelanas - já têm participação em importantes setores como siderurgia, infraestrutura, habitação, agropecuária e alimentos.
Maduro disse que aproveitou o encontro para avançar nas negociações pelas quais a Venezuela pretende adquirir cerca de 20 aviões comerciais para voos regionais da Embraer. Segundo ele, essas aeronaves serão destinadas a rotas nacionais e regionais ante a necessidade de aumentar a integração com a América Central e o Caribe.
Em janeiro passado, Chávez anunciou a intenção de seu governo de adquirir aviões da Embraer para poder aumentar os voos nacionais e regionais da companhia aérea estatal venezuelana Conviasa.
A compra das aeronaves está condicionada a um crédito de US$ 814 milhões do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
Os dois chanceleres disseram que pretendem aproveitar a reunião de ministros dos países da União de Nações Sul-Americanas (Unasul), no próximo dia 11 em Bogotá, para definir as datas para encontros de aproximação da América do Sul com os países africanos e com os árabes.
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