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O Brasil aceitou o convite feito pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) para entrar no clube dos 47 países que são credores do Fundo, ou seja, que financiam regularmente as operações da entidade. O anúncio foi feito ontem pelo ministro da fazenda, Guido Mantega.

Ao aceitar esse convite, o Brasil poderá ser chamado a colocar recursos no Fundo caso seja necessário. Segundo Mantega, o país poderá contribuir até o limite de US$ 4,5 bilhões, valor proporcional à cota do Brasil na organização. O dinheiro sairá das reservas internacionais, que estão hoje em cerca de US$ 200 bilhões.

Essa transferência dos recursos não afeta o nível das reservas, pois será considerada apenas como uma mudança de aplicação do dinheiro, que hoje está empregado principalmente em títulos do governo dos Estados Unidos.

Mantega afirmou que o aporte desses recursos será feito de acordo com as solicitações do FMI. "Não vamos colocar esse dinheiro agora. Será quando o Fundo solicitar", afirmou. "Agora nós estamos só entrando no clube de credores do FMI".

Ajuda

Além desses US$ 4,5 bilhões, o Brasil pretende colocar ainda mais dinheiro no FMI, segundo decidido em reunião do G-20 na semana passada. Para isso, no entanto, o país terá de esperar que o Fundo crie um novo título que possibilite mais aplicações.

Na reunião do G-20, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva já havia afirmado que o Brasil estava disposto a virar credor FMI e que isso seria "chique". Segundo o ministro da Fazenda, o dinheiro será usado para ajudar os países em desenvolvimento.

"Os países que estão solicitando recursos do FMI são os países emergentes, os mais pobres. Os países avançados não precisam. Os EUA são o país que causou a crise, mas é também o país que tem a maquininha de fazer dólares. Os países avançados não vão pedir ajuda."

Mantega afirmou que, com esse dinheiro, o Brasil ajudará indiretamente os países mais pobres a normalizarem suas economias. Segundo ele, isso também se reverterá em favor da economia brasileira. "Isso vai viabilizar crédito para os países emergentes que estão com problemas, portanto ajuda a ativar a economia mundial", afirmou. "Isso ajudará o Brasil também, pois esses países vão ter mais recursos para importar mercadorias, vão fazer investimento."

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