Encontre matérias e conteúdos da Gazeta do Povo
encontro do fmi

Brasil está adiando decisões importantes, avalia Levy

Joaquim Levy, ministro da Fazenda, e Alexandre Tombini, presidente do Banco Central, não comentaram nesta sexta-feira (9) a derrota política do governo nesta semana, que tem desdobramentos econômicos. Apesar do esforço do Planalto, o Congresso não obteve quórum para apreciar o veto da presidente Dilma Rousseff às chamadas “pautas-bomba”, que elevam gastos públicos em um momento em que o país precisa fazer um ajuste fiscal. Levy preferiu destacar que, mesmo que sem decisão definitiva, “os vetos estão mantidos, pois enquanto não for votado os vetos continuam” e foi evasivo sobre os desafios políticos da equipe econômica:

“O tempo politico não é linear”, se limitou a dizer o ministro, que está na capital peruana para participar do encontro anual do FMI.

No evento, o Brasil tem sido muito criticado: é o país que tem registrado o maior corte nas projeções econômicas. O Fundo estima que o Brasil terá recessão de 3% neste ano e vai se retrair em mais 1% em 2016. Questionado sobre isso, Levy disse que o mundo está passando por mudanças e que “o Brasil também está fazendo sua travessia sua transição e é importante continuar fazendo e temos que fazer isso com a maior segurança”.

“No Brasil, as pessoas estão adiando diversas decisões, algumas importantes, por causa de uma incerteza, que abrange vários aspectos da vida econômica, ainda que sua origem não seja exatamente econômica. Isso tem levado a adiamento de decisões e como o PIB é o resultado de uma série de decisões, você vê o PIB caindo”, disse o ministro.

Citando a volta ao crescimento que ocorreu em 1999, após a crise de 1997 e 1998, e em 2003, e ressaltando que o governo tem tomado todas as medidas para, quando o crescimento for retomado, seja “duradouro”, Ele defendeu que o país, após está fase, poderá ter uma retomada “forte”.

Endividamento das empresas

Por sua vez, Tombini disse que o governo está trabalhando para reancorar as expectativas de inflação de “médio e longo prazo”, para o período de 2017 a 2019 e que está acompanhando a situação do endividamento das empresas, para evitar exposições e que o Brasil não está tendo “fuga de capitais”. Indagado sobre uma declaração sua anterior, quando disse o BC não deveria ter “reação exagerada” à depreciação cambial das últimas semanas, ele disse que as ações dos mercados de câmbio e juro visam reduzir o excesso de volatilidade do mercado, que, afirma, se deu há algumas semanas.

“Nos momentos de maior estresse financeiro, vamos atuar para que haja compradores e vendedores neste mercado, independentemente da dinâmica de preço. Neste sentido, nenhum instrumento está fora do alcance do Banco Central naquilo que diz respeito aos instrumentos do Banco Central”, disse, quando indagado sobre a possibilidade do uso das reservas para atuar no mercado de câmbio.

No fim da entrevista, Levy foi confrontado com a declaração do presidente do Banco Mundial, Jim Yong Kim, de que ele tem“ o pior emprego do mundo”. O ministro apenas sorriu e não disse nada.

Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Principais Manchetes

Receba nossas notícias NO CELULAR

WhatsappTelegram

WHATSAPP: As regras de privacidade dos grupos são definidas pelo WhatsApp. Ao entrar, seu número pode ser visto por outros integrantes do grupo.