Brasília O ministro da Agricultura, Luís Carlos Guedes Pinto, tenta virar o jogo nas negociações bilaterais para o fornecimento de álcool brasileiro para o Japão. Guedes adotou ontem, durante encontro com uma comitiva de 52 executivos e empresários japoneses, em Brasília, o discurso de que cabe ao Japão garantir a compra do combustível, já que o Brasil tem garantia de oferta, logística para transporte e preços.
"O Brasil não pode produzir etanol sem ter garantia de compra, pois o álcool não é petróleo, que se não houver demanda, você reduz a extração. É preciso haver uma demanda firme e garantida para que a gente possa fornecer o álcool", afirmou o ministro.
A negociação para o fornecimento de álcool para o Japão já dura ao menos quatro anos, quando aquele país tornou não mandatória a adição de 3% de etanol à gasolina local, o que criaria uma demanda de 1,8 bilhão de litros por ano, cerca de 10% da produção brasileira do combustível de cana-de-açúcar.
Guedes, que viaja ao Japão no próximo fim de semana para participar da feira Foodex, citou ainda que os contratos com o Japão poderiam ser feitos por um longo prazo, cerca de dez anos, e levantou a hipótese de que o cálculo do preço do combustível possa ser lastreado no petróleo.