O governo decidiu impor barreira à importação de veículos prontos, informou o Ministério do Desenvolvimento Indústria e Comércio nesta quinta-feira. A medida tem aplicação imediata.
Mais cedo, uma fonte do ministério havia dito à Reuters que a medida se aplicaria também a autopeças. Os componentes importados para automóveis, porém, não serão atingidos.
A decisão ocorre em meio à escalada na importação de automóveis e à desvalorização do dólar ante o real, que tem afetado a competitividade de exportações das montadoras nacionais e favorecido as importações.
Anteriormente, as licenças para as importações eram em sua maioria automáticas. Agora, os pedidos serão analisados em um prazo de até 60 dias, seguindo regras da Organização Mundial do Comércio (OMC).
No primeiro trimestre deste ano, a importação de veículos teve aumento de 50 por cento em relação à igual período de 2010 --o total negociado saltou de 1,58 bilhão para 2,36 bilhões de dólares.
Em abril, a participação de veículos importados no total das vendas de novos automóveis no país foi de 22,2 por cento, ante 17,9 por cento um ano antes e 13,3 por cento em 2009.
A medida do governo afetará principalmente Argentina, Japão, Coreia do Sul, Estados Unidos e México, os principais exportadores de veículos ao Brasil.
O governo argentino considerou a medida do governo brasileiro intempestiva e disse que ela afeta 50 por cento do comércio bilateral.
Em 2010, o Brasil foi o quarto maior mercado de vendas de automóveis do mundo e o sexto maior fabricante, segundo dados da Anfavea, entidade que reúne as montadoras instaladas no país.A importação de veículos já é submetida a uma alíquota de até 35 por cento sobre o valor do produto, à exceção daqueles oriundos de países com os quais o Brasil tem acordos de comércio.
A assessoria de imprensa da Associação Brasileira das Empresas Importadoras de Veículos Automotores (Abeiva) afirmou que a entidade "precisa de mais detalhes sobre a medida" antes de se pronunciar.
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