O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que o Brasil iniciará 2010 com "muito otimismo" e "crescimento". No programa semanal de rádio "Café com o Presidente" que foi ao ar ontem, Lula destacou a tese do governo de que o Brasil seria o último a ser afetado pela crise financeira internacional e o primeiro a sair.
De acordo com o presidente, o país estava preparado para enfrentar a situação por ter uma economia "sólida", com reservas e mercado interno em potencial. "Quando veio a crise e nós tomamos as medidas anticíclicas que tomamos, incentivando a indústria a produzir e facilitando a vida do consumidor, voltamos a bater recorde de produção e de venda de produtos. Acredito que os números do terceiro trimestre serão muito importantes e vão demonstrar um crescimento muito melhor na economia", prosseguiu.
O discurso do presidente vem pouco mais de um ano depois de o governo tratar a crise internacional como um tsunami no mundo desenvolvido que chegaria aqui como uma marolinha. Nesse período, o país passou por uma fase de oscilações agudas. A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), que havia batido nos 73 mil pontos em maio de 2008 caiu abaixo dos 30 mil pontos em outubro. Hoje já se aproxima dos 60 mil pontos. Outra mostra da oscilação está na cotação do dólar, que disparou para mais de R$ 2,50 nos momentos mais tensos da crise e hoje caminha para R$ 1,80.
A indústria foi o setor mais atingido: houve uma perda de quase 20% na produção industrial nacional entre setembro e dezembro de 2008 até julho, quase metade dessa perda havia sido recuperada. Com a combinação de medidas de estímulo ao consumo, como a redução de impostos para veículos e a linha branca, e um aumento comportado do desemprego, o consumo interno manteve o crescimento, o que puxou o PIB no segundo trimestre deste ano.