Entre 2001 e 2007 o Brasil investiu cerca de R$ 150 milhões em nanotecnologia através de ações do Programa Nacional de Nanotecnologia (PNN), fundos setoriais, subvenção econômica (aplicação de recursos públicos não-reembolsáveis em empresas) e editais. Anualmente, Estados Unidos e Japão gastam cerca de U$ 1 bilhão.
As contas são do coordenador-geral de Micro e Nanotecnologia do Ministério da Ciência e Tecnologia, Alfredo Souza Mendes. Ele diz que o forte investimento feito nessa área pelos países desenvolvidos gera produtos inovadores e altamente competitivos. Daí, segundo ele, a importância do Brasil pensar estrategicamente a nanotecnologia.
- O desafio é tentar manter esse patamar de investimentos e buscar a integração dessas iniciativas - explica Mendes.
Ele diz que é preciso criar um "sistema rigoroso" de acompanhamento dessas iniciativas, para verificar quais os resultados da aplicação desses recursos.
- E esses resultados são traduzidos em produtos, processos e serviços gerados pela área. É preciso mensurar para se fazer a análise do custo-benefício desse investimento - diz.
Segundo o coordenador, nos últimos dois anos foram investidos cerca de R$ 70 milhões na área.
- Hoje já temos em torno de 50 empresas envolvidas com projetos e desenvolvimento de produtos em nanotecnologia, interagindo com o setor acadêmico - disse.
Dados do Ministério da Ciência e Tecnologia mostram que, entre 2002 e 2005, as redes de pesquisa envolveram 300 pesquisadores, 77 instituições de ensino e pesquisa e 13 empresas, além de publicar mais de mil artigos científicos e depositar mais de 90 patentes. Mendes diz que o Brasil tem hoje cerca de 3 mil pesquisadores, envolvendo alunos e professores.
Em 2006, ainda de acordo com o MCT, foram aprovados 50 novos projetos de pesquisa; 106 projetos estão em andamento (aprovados no período 2003-2006) dos quais 50 de pesquisa básica, 46 envolvendo empresas, 5 de cooperação internacional e 5 de impactos sócio-ambientais. No mesmo ano, tiveram início as atividades do Centro Brasileiro-Argentino de Nanotecnologia (CBAN).
- É muito importante esse Centro, porque aproxima a academia Argentina a do Brasil, permite o intercâmbio de pesquisadores e atua na formação e na capacitação de aperfeiçoamento de alunos, mestres e doutores. Isso é uma coisa muito importante, tendo em vista o parceiro que é a Argentina no Mercosul.