Brasília (Folhapress) Os gastos com o pagamento de juros do governo já superam os R$ 100 bilhões. Entre janeiro e agosto, o setor público consolidado (União, estados, municípios e estatais) destinou R$ 105,688 bilhões para pagar os encargos da dívida, um crescimento de 26,1% em relação aos oito primeiros meses de 2004. Os dados foram divulgados ontem pelo Banco Central. Para cobrir esse gasto, o governo fez um superávit primário (receitas menos despesas, excluindo os gastos com juros) de R$ 78,931 bilhões, o equivalente a 6,26% do Produto Interno Bruto (PIB) projetado para o período e bem acima da meta para o período, que era de R$ 60,184 bilhões. No ano, a meta de superávit é de 4,25% do PIB, ou R$ 83,850 bilhões.
Em agosto, o superávit primário foi de R$ 10,186 bilhões. A maior contribuição veio do governo central, que economizou R$ 4,508 bilhões. Os governos regionais registraram um superávit de R$ 2,391 bilhões e as estatais, de R$ 3,286 bilhões. Já os gastos com juros somaram R$ 13,424 bilhões. Com isso, o déficit nominal foi de R$ 3,238 bilhões.
A dívida líquida do setor público atingiu em agosto R$ 973,7 bilhões, o que representa 51,7% do PIB, contra R$ 971,8 bilhões (51,5% do PIB) do mês anterior. Em dezembro, a relação dívida/PIB era de 51,7%. Para setembro, espera-se que a dívida se mantenha nesse patamar. Já para o final do ano a expectativa é de um recuo para 51,5% do PIB.