O Brasil lançou nesta quarta-feira 1 bilhão de dólares na reabertura de um bônus global com vencimento em janeiro de 2025 para reduzir os custos da dívida, aproveitando o forte apetite por ativos brasileiros. A demanda por ativos do país tem crescido à medida que pesquisas eleitorais mostram chances menores de reeleição da presidente Dilma Rousseff (PT), cujas políticas econômicas têm sido firmemente criticadas por investidores. Eles apostam que o próximo presidente do Brasil adotaria políticas fiscais mais austeras, o que elevaria o valor de mercado da dívida do país.
O Tesouro inicialmente planejava vender de 500 milhões a 750 milhões de dólares dos bônus 2025, mas aumentou a oferta quando a demanda superou os 4 bilhões de dólares, disse à Reuters uma fonte do governo com conhecimento da operação. A demanda forte também permitiu que o Tesouro reduzisse o retorno pago pelos bônus.
As estimativas iniciais de preço para os títulos eram de 160 pontos básicos sobre os títulos equivalentes do Tesouro dos Estados Unidos. Contudo, eles foram lançados com spread de 147 pontos básicos sobre os Treasuries norte-americanos.
A emissão de títulos soberanos é liderada por Morgan Stanley, BTG Pactual e Citigroup, informou o Tesouro mais cedo. Os bônus estão inicialmente sendo vendidos nos mercados europeu e norte-americano, mas também serão oferecidos no mercado asiático. É a terceira captação externa do governo brasileiro em 2014.
Em julho, o Tesouro vendeu 3,55 bilhões de dólares em bônus globais para 2045, usando parte dos recursos para recomprar 2 bilhões de dólares em bônus globais mas caros e com prazo entre 2024 e 2041. O spread da emissão do Global 2045 foi de 187,5 pontos básicos, no maior prêmio pago pelo governo brasileiro desde julho de 2009 para títulos de 30 anos.
A primeira emissão de bônus do Tesouro neste ano ocorreu em março com o Global Euro 2021, que na ocasião teve spread de 165 pontos básicos acima do MidSwap de sete anos. O total emitido naquela ocasião foi de 1 bilhão de euros.