O país vai terminar o ano com economia estagnada, inflação acima de 7% e sem que o governo tenha conseguido cumprir a meta fiscal anunciada pelo ministro da Fazenda, Joaquim Levy. Este é o cenário traçado por economistas na mais recente sondagem feita pelo Banco Central e divulgada ontem.

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Na área fiscal, economistas consultados pelo Banco Central revisaram de 1,15% para 1% do Produto Interno Bruto (PIB) a projeção de superávit do setor público em 2015. Levy prometeu entregar um resultado de 1,2%.

Os analistas consultados também não acreditam que a economia brasileira entrará em um processo de forte recuperação nos próximos anos, passada a fase de ajuste nas contas públicas e na taxa básica de juros.

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Pela primeira vez, projetam variação zero para o PIB de 2015. Para os três anos seguintes, as previsões continuam sendo revistas para baixo e passaram de uma média de 2,5% para o período 2016-2018, feita em outubro, para 1,8% na nova pesquisa. No primeiro mês após a reeleição, a estimativa para o superávit das contas públicas caiu de 1,5% para 1% do PIB.

O anúncio da nova equipe econômica, em novembro, e os cortes de gastos no Orçamento e em benefícios sociais, entre dezembro e janeiro, não foram suficientes para mudar essa expectativa. Posteriormente, após o pacote de aumento de tributos, incluindo aqueles cobrados em operações de crédito e nos combustíveis, os analistas melhoraram suas projeções, que chegaram a 1,15%.

No fim de janeiro, no entanto, foram conhecidos os dados das contas públicas de 2014, que mostraram resultado pior que o esperado – primeiro déficit desde 1997, de 0,6% do PIB.

Ao mesmo tempo, surgiram sinais de dificuldades para a aprovação de medidas já anunciadas de cortes de gastos e aumento de receitas que precisam de aprovação do Congresso. Esses fatores levaram a uma nova rodada de revisão para baixo nas projeções.

Inflação

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Já a estimativa para o IPCA em 2015 continua subindo e chegou a 7,15%. As previsões para os anos seguintes recuaram e estão em torno de 5,5%.