O jornal britânico Financial Times publica na edição desta segunda-feira, 18, um caderno especial sobre o mercado de capitais na América Latina. A publicação diz que, apesar da perspectiva de retirada de estímulos monetários nos Estados Unidos, algumas dúvidas sobre a economia chinesa e o recente caso de Eike Batista, a região ainda oferece bons negócios. As oportunidades, porém, não necessariamente estão no Brasil. Para o FT, as melhores possibilidades estão no Chile, na Colômbia, no México e Peru. Alguns defendem, porém, que o Brasil começa a "emergir".

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"O Brasil continua em desuso pelos investidores", diz o principal texto do caderno. "No próximo ano, o Brasil será truncado pela Copa do Mundo em junho e julho e as eleições presidenciais em outubro. O calote do senhor Batista, embora visto amplamente como um caso isolado, também pode adicional alguns pontos de prêmio de risco para o Brasil", avalia a publicação.

Um dos exemplos dessa falta de atratividade do Brasil é dado em uma reportagem sobre o mercado de câmbio da região. O texto diz que muitos investidores têm preferido deixar o mais tradicional mercado de câmbio da América Latina, o do Brasil, em direção ao "primo pobre": o peso mexicano. Analistas ouvidos pela reportagem dizem que o déficit em conta corrente, a balança comercial em deterioração, números fiscais ruins e a inflação alta tiraram a atratividade do real brasileiro.

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O FT reconhece, porém, que uma parcela dos analistas defende que os ativos brasileiros estão começando a melhorar. "Alguns acreditam que esse ativo agora está começando a emergir", diz o texto de abertura do caderno que tem uma foto na capa com alguns homens de terno e gravata conversando e rindo em frente à sede da Bolsa de Valores de São Paulo com a legenda: "Arrancada de crescimento: alguns acreditam que os ativos estão começando a emergir no Brasil."

Apesar dessa corrente minoritária que olha um pouco melhor para o Brasil, o jornal sinaliza que o mercado vê muito mais oportunidades em outros países da região. "O México, que sofreu nos últimos anos com sua exposição à economia dos EUA, parece estar preparado para o crescimento. Não é só porque a economia dos EUA está mostrando sinais de recuperação, mas também porque o México tem incentivado investidores oferecendo uma série de reformas econômicas sob o novo presidente e com a promessa de muito mais, especialmente com a abertura ansiosamente aguardada de sua indústria de energia", diz o FT.

Para o FT, "outros mercados continuam favoritos" para os analistas. Além do México, nessa lista estão outros países classificados de "reformistas": Chile, Colômbia e Peru. A publicação nota, porém, que o preço dos ativos mexicanos está acima da média na região, o que reduz a possibilidade de ganhos na segunda maior economia da região.