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São Paulo – O Brasil perdeu três posições num ranking da Economist Intelligence Unit (EIU) que avalia a atratividade dos países para investidores internacionais. Para o período entre 2006 e 2010, a economia brasileira ocupa a 45.ª colocação. No período anterior – de 2001 a 2005 –, o país ocupava a 42.ª posição.

Na avaliação da EIU, braço de análises econômicas do grupo britânico que edita a revista "The Economist", a queda do Brasil está inserida no contexto dos demais países da América Latina. O relatório divulgado ontem menciona "desencanto" com o andamento de reformas, o que ocasiona a perda de "entusiasmo" com a região. "A competitividade também é um problema crescente em muitos [desses] países. Muitos países estão se deparando com desafios no ambiente político que não serão favoráveis a reformas", argumenta a EIU.

Para o diretor do departamento de economia do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp), Boris Tabacof, um dos motivos para o pouco poder de atração exercido pelo Brasil aos olhos dos investidores estrangeiros é o desempenho do mercado doméstico. "O mercado interno está patinando. Está estagnado há anos por causa dessas políticas econômicas restritivas e taxas de juros estratoféricas", avaliou o empresário.

Ainda segundo Tabacof, o Brasil também perde espaço quando é levado em consideração a possibilidade de serem realizados investimentos visando a transformar o país numa base exportadora. "Ainda são somos competitivos para sermos uma plataforma de exportação global", disse.

A economista-chefe do BES Investimento, Sandra Utsumi, aponta ainda outras razões para a perda de posições do Brasil no ranking. "O ambiente de investimentos no Brasil é ruim. Temos uma carga tributária ineficiente e elevada, uma legislação complexa e dificuldades de infra-estrutura."

A questão de arcabouço institucional confuso como fator de entrave para o investimento estrangeiro, porém, não é ponto pacífico. Um exemplo é que o sistema complexo da legislação chinesa não chega a frear o ânimo dos investidores. Para Utsumi, isso ocorre porque os chineses têm outros atrativos, como mão-de-obra barata, que ajudam a contrabalançar essa deficiência.

Dinamarca no topo

Na primeira colocação entre os países mais atraentes para o período 2006-2010, está a Dinamarca. No período anterior – 2001 a 2005 – o país ocupava a mesma posição na lista da EIU. Entre um dos principais motivos para a liderança da economia dinamarquesa, o relatório enfatiza que o país conseguiu obter um equilíbrio "bem-sucedido" entre o estado e o mercado. Outro fator de destaque é o fato de o país escandinavo conseguir compensar a elevada carga tributária com boa qualidade dos serviços públicos, especialmente em infra-estrutura e educação. Os Estados Unidos, maior economia do mundo, aparecem no 8.º lugar.

Entre os países da América Latina, o mais bem colocado é o Chile que para 2006-2010 aparece na 22.ª colocação. O país, porém, também perdeu posições. Na sondagem anterior, estava na 20.ª colocação. A Argentina manteve a 57.ª posição. O ranking da EIU analisa 90 variantes – tamanho do mercado doméstico e estabilidade macroeconômico, por exemplo – das 82 maiores economias do mundo.

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