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Prejuízo

Brasil perde R$ 7 bi em acordos regionais, diz instituto

A busca incessante do governo para conquistar a liderança da América Latina têm custado caro ao Brasil. Só os acordos de integração energética com os países vizinhos provocaram prejuízo de R$ 7 bilhões à sociedade brasileira, entre 2004 e 2010. A cifra, calculada pelo Instituto Acende Brasil, pode chegar a R$ 20 bilhões até 2023. Um dos motivos é a revisão da tarifa de Itaipu, que entrará em votação semana que vem no Congresso.

O levantamento lista, pelo menos, dez incidentes que culminaram em algum tipo de perda para o Brasil. Entre eles, estão as intervenções do governo boliviano em relação ao gás natural, a importação de energia da Venezuela, as mudanças na remuneração da energia de Itaipu cedida pelo Paraguai e o fornecimento de gás da Argentina.

"Em todos esses casos, a intervenção governamental dos países vizinhos desviou as condições originalmente estabelecidas. E a reação do Brasil foi de acomodação", criticou o presidente do Acende Brasil, Claudio Sales, responsável pelo trabalho "Energia e Geopolítica". Para ele, ao adotar a postura de líder regional, o País passou a ignorar os prejuízos para os brasileiros.

Um dos casos exemplares, destaca Sales, foi a nacionalização dos ativos da Petrobras, na Bolívia, em que o governo Lula aceitou tudo sem questionar. Diante da passividade do Brasil, os bolivianos não só pagaram metade do que valiam as instalações da Petrobras como também reviram o contrato de compra de gás que a petroleira tem com o País.

Outro caso notório refere-se à Hidrelétrica de Itaipu, construída por Brasil e Paraguai, mas com financiamento 100% garantido pelo Brasil. O ponto de descontentamento dos vizinhos está na parcela de energia cedida ao Brasil. Conforme o tratado da usina, cada país tem direito a 50% da energia de Itaipu. Como o Paraguai consome só 8% do montante, ele repassa o resto ao País por um preço estabelecido.

"Nos dois casos (Bolívia e Paraguai), o Brasil não olhou para o consumidor, apenas para a liderança na América Latina", observa o diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE), Adriano Pires.

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