A diretora-executiva da Standard & Poor's do Brasil, Milena Zaniboni, afirmou hoje que, caso o Brasil não cumpra a meta de superávit primário deste ano, equivalente a 2,9% do Produto Interno Bruto (PIB), "pode haver rebaixamento" da perspectiva ou da nota de classificação de risco do País. Hoje, o Brasil possui a primeira nota de investment grade (grau de investimento), que é BBB-.

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"A principal vulnerabilidade hoje da economia brasileira é a questão fiscal. Acreditamos, porém, que o governo está comprometido em conseguir um superávit primário de 3% do PIB este ano", comentou. O superávit primário representa a economia para o pagamento dos juros da dívida pública.

Milena ressaltou que podem ocorrer, sim, "pressões negativas" para a perspectiva neutra ou para o próprio rating (classificação de risco) soberano do Brasil, caso o governo não cumpra seu objetivo de registrar uma poupança do Orçamento equivalente a R$ 117,89 bilhões. Caso o governo cumpra a meta, a tendência do rating do Brasil seria a de permanecer estável.

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Milena Zambini disse que outro fator de preocupação da S&P em relação ao Brasil poderia ser uma alta substancial da inflação. "Contudo, nós acreditamos que o Banco Central está comprometido em manter a inflação sob controle e não será leniente em relação a isso", afirmou.

A diretora da S&P fez os comentários após participar do evento Brazil Economic Summit, promovido pela Bloomberg em São Paulo. A S&P prevê que o PIB brasileiro cresça 4,5% em 2011 e também em 2012. A inflação deve chegar a 6% em 2011 e a 4,8% em 2012.