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Comércio

Brasil propõe a EUA cúpula paralela a Davos

O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, voltou a propor na quinta-feira, em um telefonema ao representante de Comércio dos Estados Unidos, Robert Portman, que seja realizada uma cúpula de presidentes paralela ao Fórum Econômico Mundial em Davos, na Suíça, no final deste mês.

Segundo o ministro, o objetivo é dar uma solução política, que permita avanços nas negociações da Organização Mundial do Comércio (OMC). Amorim disse a Portman que, sem a presença do presidente dos EUA, George W. Bush, na reunião, não tem sentido que o encontro aconteça.

- Ele disse que o governo americano está refletindo a respeito do assunto - afirmou Amorim, ao ser indagado sobre que resposta teria ouvido de Portman.

A cúpula está sendo costurada pelo governo brasileiro desde novembro do ano passado, um mês antes da reunião ministerial da OMC, em Hong Kong. Lula chegou a sugerir o encontro ao presidente Bush e ao primeiro-ministro da Inglaterra, Tony Blair, e já decidiu ir a Davos com esse objetivo.

- Naturalmente, a maneira mais óbvia de você ter uma influência política é uma reunião. O risco que existe é de se vender gato por lebre na OMC - alertou o chanceler brasileiro.

O ministro disse que a disposição do Brasil é de trabalhar ao máximo para que as negociações da OMC terminem ainda este ano. Ele admitiu que as dificuldades são substantivas devido, especialmente, à forte resistência da União Européia em abrir seu mercado para os produtos agrícolas exportados pelos países em desenvolvimento. Mas enfatizou que, em Hong Kong, foi tomada uma importante decisão, que consiste na fixação de uma data-limite para a total eliminação dos subsídios às exportações agrícolas concedidos aos produtores rurais das nações mais ricas do mundo.

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