O Brasil vai trabalhar junto aos demais países do Mercosul para que a alíquota de importação do bloco para brinquedos acabados seja elevada. Ao mesmo tempo, o governo quer reduzir a tarifa para a compra de partes e peças de outros mercados. Segundo o secretário-executivo da Câmara de Comércio Exterior (Camex), Helder Chaves, a intenção do governo é proteger os mercados domésticos dos quatro países contra a forte entrada de produtos chineses e, ao mesmo tempo, estimular as indústrias locais.
Hoje, a alíquota do Mercosul para a entrada de brinquedos (tanto acabados quanto de partes e peças) de fora do bloco é de 20%. No entanto, há uma exceção para o caso brasileiro. O país tem hoje autorização para importar matérias-primas com imposto de apenas 2%.
- Mas queremos que haja uma modificação definitiva nas regras - explicou Chaves.
A Camex autorizou os negociadores brasileiros a pleitearem junto aos demais integrantes do Mercosul que todos os países importem partes e peças a uma alíquota de 16% e brinquedos acabados a 35%. Essa é uma demanda da indústria nacional, que além de sofrer a concorrência dos chineses do mercado brasileiro, também tem dificuldades de exportar suas mercadorias para o Mercosul. O Brasil perdeu mercado principalmente junto à Argentina.
- Os chineses destruíram o mercado argentino, o mercado uruguaio e usam o Paraguai como base de contrabando. Solicitamos junto ao governo brasileiro a redução dos encargos para a compra de partes e peças para ter mais competitividade em vários produtos _ disse o presidente da Associação Brasileira dos Fabricantes de Brinquedos (Abrinq), Synésio Batista, lembrando que os produtos chineses ocupam hoje 50% do mercado brasileiro.
A Camex também decidiu nesta quarta-feira encaminhar à Casa Civil uma proposta para que o Brasil crie regras de origem e alíquotas de importação mais baixas para a compra de países de menor desenvolvimento relativo, principalmente africanos e asiáticos.
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