O G-20 assumiu um papel de destaque e está no centro do processo para a retomada das negociações comerciais na Organização Mundial do Comércio. A avaliação do ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, foi feita neste sábado, na abertura do primeiro encontro dos países do G-20 após a interrupção da Rodada de Doha, em julho.

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"Partimos de uma situação em que éramos demonizados como o grande obstáculo que impedia um acordo que, obviamente, não nos convinha, para outra em que somos vistos por todos como interlocutor indispensável e mesmo como único capaz de oferecer um ponto de equilíbrio entre posições conflitantes", disse o ministro.

Amorim ainda afirmou que o relançamento da rodada não pode ocorrer em detrimento dos progressos já obtidos. "Não aceitaremos a saída fácil de retroceder face às divergências ou de reduzir o nível de ambição", disse o ministro. "Temos a partir de Hong Kong uma data para a eliminação total dos subsídios e outras formas de apoio ä exportação".

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Na Sexta Conferência Ministerial da Organização Mundial do Comércio (OMC), que ocorreu em Hong Kong, foi fixado o ano de 2013 para o fim dos subsídios concedidos aos exportadores agrícolas na União Européia, com previsão de uma diminuição "substancial" em 2010.

Autoridades de 28 países participaram da abertura. Além do G-20, estavam presentes representantes do G-33 (que defende um tratamento especial, devido à forte presença da agricultura de subsistência), do ACP (países da África, Pacífico e Caribe, que foram colônia européias), do LDC (grupo de países menos desenvolvidos do mundo) e do Cotton 4 (grupo de produtores de algodão).

Na tarde deste sábado, o diretor-geral da OMC, Pascal Lamy, participa do encontro com os grupos. Neste domingo, último dia da reunião, haverá seções individuais com o comissário de Comércio da União Européia, Peter Mandelson, o ministro da Agricultura do Japão, Shoichi Nakagawa e com a representante de Comércio dos Estados Unidos, Susan Schwab.

A rodada do G-20

Os países em desenvolvimento que fazem parte do G-20 estão reunidos a partir deste sábdo, no Rio de Janeiro, com o objetivo de encontrar novas bases para a Rodada de Doha, da Organização Mundial do Comércio (OMC), que foi suspensa em julho deste ano por falta de acordo entre os países. O encontro, que teve início com participação do ministro das Relações Exteriores do Brasil, Celso Amorim, vai até este domingo.

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O G-20 reúne países em desenvolvimento considerados grandes exportadores de produtos agrícolas. Nesses dois dias, representantes desses países se encontram com o diretor geral da OMC, Pascal Lamy, a representante do Comércio dos Estados Unidos, Susan Schwab, o Comissário de Comércio Exterior da União Européia, Peter Mandelson, e o ministro de Economia do Japão, Shoich Nakagawa.

"Os países estarão lá (no Rio de Janeiro) para discutir agricultura, e agricultura foi onde houve um impasse na reunião. Há um engajamento desses países de que deve haver um relançamento da rodada o mais breve possível", afirmou o diretor do Departamento Econômico do Ministério das Relações Exteriores, ministro Roberto Carvalho de Azevedo, na quarta-feira (6).

A Rodada Doha está suspensa desde a ultima reunião da OMC, em julho deste ano. O grande impasse foi a negociação sobre a redução de subsídios agrícolas por parte dos países desenvolvidos, reivindicada pelos países em desenvolvimento, entre eles o Brasil.