“Se for o caso, se houver necessidade de acelerar a produção, a Petrobras poderá convidar outras empresas ou prestadoras de serviço para auxiliá-la em determinado campo.” Edison Lobão, ministro de Minas e Energia, ao admitir que a Petrobras pode contratar empresas para ajudar na exploração do pré-sal| Foto: Wilson Dias/ABr

Senado também quer fim de urgência

Folhapress

Brasília - A decisão da Câmara dos Deputados de negociar com o presidente Lula a retirada do pedido de urgência para votação dos projetos de lei do marco regulatório do pré-sal deverá ser seguida pelo Senado, segundo afirmou o presidente da Casa, José Sarney (PMDB-AP).

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Brasília e Sobral (CE) - O ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, afirmou ontem que o Brasil poderá ficar na sétima ou oitava posição no ranking dos maiores produtores de petróleo, se as expectativas de reservas na camada pré-sal se confirmarem.

Lobão esteve ontem em audiência pública conjunta das comissões de Infraestrutura e de Assuntos Econômicos do Senado. De acordo com dados da Orga­nização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), de 2007, o Brasil ocupa o 13º lugar entre os produtores.

Lobão reforçou informações já divulgadas de que as pesquisas indicam haver reservas da ordem de 16 bilhões de barris em quatro dos campos já descobertos, o dobro da atual produção nacional e quantidade suficiente por 40 anos para o país.

"Isso representa 30% do pré-sal. Não se pode adiantar o que virá dos 70%", afirmou.

A busca por fontes energéticas, disse Lobão, é questão estratégica e motivo de conflito mundial. Segundo ele, existem ainda reservas da ordem de 1,3 trilhão de barris de petróleo em todo o mundo que poderão se esgotar em pouco mais de 40 anos se o ritmo de exploração continuar.

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O Brasil já é o sétimo maior consumidor mundial de petróleo e o 40º maior consumidor de gás natural, de acordo com o ministro. Dos dez primeiros consumidores, apenas a Arábia Saudita, a Rússia e o Canadá são autossuficientes. A expectativa, afirmou, é de que a demanda passe dos atuais 82 milhões de barris/dia para 300 milhões de barris diários, dentro de alguns anos.

Fundo Social

O deputado Antonio Palocci (PT-SP) deixará a comissão sobre o projeto de capitalização da Petro­bras e passará a ser relator da co­missão que analisará o projeto do Fundo Social do pré-sal. A troca será feita com o deputado João Maia (PR-RN), que assume então a relatoria da comissão de capitalização.

A mudança de postos acontece no momento em que a lista de emendas propostas por deputados sobre os quatro projetos do pré-sal cresce. Os deputados questionam, principalmente, a destinação do dinheiro do Fundo Social que, até agora, recebeu 79 emendas. De acordo com a Mesa Diretora da Câmara, foram propostas, até agora, 221 emendas referentes aos quatro projetos.

Lula

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Também ontem, em Sobral, no Ceará, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou governadores que não fazem parcerias com o governo federal e mantêm uma relação de "adversários políticos" ou "ambígua" com o Planalto. Recentemente, por pressão dos governadores dos estados onde as reservas de petróleo e gás se encontram, o governo mudou os termos do projeto antes do envio para a Câmara dos Deputados.

O presidente Lula agora pede ajuda de governadores aliados para que pressionem suas bancadas na Câmara para garantir mais recursos do fundo soberano para os estados que não têm reservas do pré-sal.