A balança comercial brasileira teve superávit de US$ 4,527 bilhões em junho, acumulando no ano saldo positivo de US$ 2,222 bilhões, novamente sob influência da queda nas importações superior à observada nas exportações.
O resultado de junho foi o quarto superávit consecutivo mensal do país e a melhor marca para o mês desde 2009, quando o saldo foi positivo em US$ 4,6 bilhões.
As exportações somaram US$ 19,628 bilhões de dólares no mês passado, queda de 8,7% sobre um ano antes pela média diária, impactadas pela diminuição no preço de importantes commodities da pauta brasileira. Já as importações somaram US$ 15,101 bilhões no período, com recuo de 20,6% pela média diária das operações.
A tendência já vinha sendo vista nos meses anteriores, com a fraqueza da economia e o aumento do dólar impactando o apetite pelos produtos importados no país.
Com isso, o resultado no acumulado do primeiro semestre do ano ficou positivo em 2,222 bilhões de dólares, sendo que até maio ele estava deficitário em 2,305 bilhões de dólares. O resultado da primeira metade do ano também superou déficit de US$ 2,5 bilhões de igual período de 2014.
Nos seis primeiros meses deste ano, as exportações alcançaram US$ 94,329 bilhões, queda de 14,7% ante igual etapa do ano passado pela média diária. Ao mesmo tempo, as importações atingiram US$ 92,107 bilhões, declínio anual de 18,5%, também pela média diária das operações.
Desempenho mensal
Em junho, as exportações de produtos básicos sofreram queda de 16,4% em comparação ao mesmo mês de 2014, com destaque para o declínio do minério de ferro, farelo de soja e petróleo em bruto.
A categoria de semimanufaturados também mostrou recuo de 8,4% no mês sobre um ano antes, enquanto as vendas de manifaturados, por outro lado, cresceram 4,1%, ajudadas pelo embarque de plataforma para extração de petróleo de US$ 690 milhões.
Já as importações foram afetadas pela menor compra de bens de capital (-21,5%), matérias-primas e intermediários (-13,7%) e bens de consumo (-13,7%).
Apesar da balança comercial do Brasil seguir bastante afetada pela queda nos preços de commodities agrícolas e minerais, o ministro do Desenvolvimento, Armando Monteiro, já havia projetado em meados de junho que ela fecharia o ano com superávit de US$ 5 bilhões a US$ 8 bilhões, beneficiada, entre outros fatores, pelo dólar mais caro, que torna os produtos brasileiros mais competitivos no exterior.
No primeiro semestre do ano, a moeda norte-americana acumulou valorização de quase 17%. Mas, no segundo trimestre, marcou desvalorização de 2,57%.
Economistas de instituições financeiras projetam superávit de US$ 4 bilhões para a balança comercial no ano, segundo estimativas mais recentes da pesquisa Focus do Banco Central, que ouve semanalmente uma centena de economistas.