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Brasil tem menor superávit fiscal para junho em 7 anos

A economia feita pelo setor público para o pagamento de juros em junho foi a menor para o mês em sete anos, com as contas pressionadas por investimentos recordes do governo federal e gastos de Estados e municípios no ano eleitoral.

No primeiro semestre, o superávit primário melhorou frente a 2009, mas foi a metade do registrado em 2008, ano em que a economia também crescia a um ritmo acelerado, mostraram dados do Banco Central nesta quinta-feira.

"O resultado do semestre tem como característica um aumento expressivo das receitas, mas também crescimento muito alto das despesas", afirmou a jornalistas o chefe do Departamento Econômico do BC, Altamir Lopes.

A aproximação das eleições "evidentemente" tem impacto sobre os gastos, afirmou Lopes, ponderando que essa influência é bem menor do que já foi no passado. "Houve uma mudança de cultura a partir da Lei de Responsabilidade Fiscal, a correlação entre gastos correntes e eleições diminuiu."

O superávit primário do país foi de 2,059 bilhões de reais em junho, ante 3,376 bilhões de reais no mesmo mês de 2009. No semestre, o resultado fiscal foi superavitário em 40,1 bilhões de reais, ante 35,3 bilhões de reais em igual período do ano passado.

Os investimentos do governo federal cresceram 72 por cento no semestre frente ao mesmo período de 2009, segundo dados divulgados pelo Tesouro Nacional na quarta-feira.

Segundo a consultoria LCA, as restrições impostas pela legislação eleitoral para gastos no segundo semestre levaram a uma antecipação de despesas nos primeiros meses do ano. Para o segundo semestre, a LCA prevê que o resultado primário ficará relativamente estável, contrariando tendência histórica de se reduzir.

"Ao considerar essa antecipação expressiva ocorrida em 2010, é factível considerar que o primário até o final deste ano deverá representar quase metade do resultado de 2010", afirmou a consultoria.

Em 12 meses até junho, o setor público acumulou superávit primário equivalente a 2,07 por cento do PIB. O governo tem como meta para 2010 saldo primário de 3,3 por cento do PIB.

DÍVIDA ESTÁVEL

No mês passado, os juros incidentes sobre a dívida pública somaram 15,680 bilhões de reais, levando o país a ter um déficit nominal de 13,621 bilhões de reais.

A dívida pública líquida ficou em 41,4 por cento do Produto Interno Bruto (PIB) em junho, mesmo patamar registrado em maio. O BC previu que a dívida seguirá estável neste mês e fechará o ano em 39,6 por cento do PIB.

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