O real é a quarta moeda mais valorizada no mundo. Pelo menos de acordo com o Índice Big Mac, feito pela revista britânica The Economist como uma forma de medir o poder de compra dos países e a força de suas moedas ante o dólar com base em um produto comum a todos eles: o sanduíche da rede de fast food norte-americana.
O Big Mac brasileiro vem barateando nos últimos levantamentos, mas não o suficiente para faze-lo mudar de posição. Atualmente custa o equivalente a US$ 4,94, ou 20% menos que os US$ 6,16 de julho do ano passado, mantido na quarta posição.
Vem logo atrás da Venezuela (US$ 7,92), Noruega (US$ 7,06) e Suíça (US$ 6,56). Já os países com o sanduíche mais baratos são Hong Kong (US$ 2,13), Rússia (US$ 2,29), África do Sul (US$ 2,36) e China (US$ 2,45).
Nos Estados Unidos -país de origem do lanche, e da moeda padrão- o Big Mac ficou 25 centavos mais caro (ou 6,1%) desde julho passado, e custa hoje US$ 4,33.
O índice, que costumava listar apenas o preço do Big Mac em cada país, foi reformulado no ano passado para incluir as variações da moeda de cada nação ante o dólar.
No caso do Brasil, o cálculo indica que a sobrevalorização do real ante a moeda americana -ou do Big Mac daqui ante o Big Mac de lá- é de 14%.
Por outro lado, é na Ásia que estão as moedas mais depreciadas, ou os países onde se poderia comprar mais Big Mac's por dólar: na China, Indonésia e Hong Kong, a desvalorização passa dos 40%, segundo a Economist.
Big Mac e a crise
A publicação destacou nesta edição os efeitos da crise nos preços e no câmbio, comparando os dados atuais aos de julho de 2007, último ano de tranquilidade financeira mundial.
"Houve grandes mudanças na fortuna desde então", apontou a revista. Entre as maiores variações estão o bolívar venezuelano, que saiu de 1% de sobrevalorização em 2007 para 83% hoje; e o dólar australiano, que saiu de 8% mais barato para 14% mais caro que a moeda americana.
Já a libra britânica, por outro lado, definhou: saiu de 18% de valorização para 4% abaixo.