A política de intervenção do Banco Central para tentar conter a escalada do dólar custou nada menos que R$ 89,7 bilhões em 2015: 419% a mais que os gastos do ano anterior. Conforme os dados divulgados nesta quarta-feira (6) pela instituição, foi o maior custo da política cambial do BC da História. Isso aumenta a crise das contas públicas brasileiras, um dos principais problemas que levaram o país a amargar a atual recessão econômica.
Esse custo recorde é resultado da estratégia do BC de colocar no mercado financeiro os chamados contratos de swap cambiais. É um instrumento para proteger as empresas que têm dívidas em dólares. Funciona basicamente assim: quando a moeda americana sobe, o Banco Central paga a diferença. Já quando ela cai, a autarquia recebe esse dinheiro.
Ele é usado para evitar altas ou quedas bruscas da cotação da moeda americana. Como a pessoa que compra o contrato consegue uma segurança de que não terá prejuízo se o dólar subir, a operação do BC funciona uma como venda de moeda americana no mercado futuro.
Desde 2002, o BC começou a política de irrigação do mercado, apelidada de “ração diária”. No entanto, isso não significa necessariamente um prejuízo em todos esses anos. Em 2008, por exemplo, o BC teve de começar a socorrer as empresas por causa dos efeitos da crise. A política de swap deu lucro de R$ 4,8 bilhões. No ano seguinte, no auge da turbulência financeira mundial, os ganhos foram de R$ 3,2 bilhões.
Na contramão das perdas com swap por causa da estilingada do dólar em 2015, a valorização da moeda americana fez com que a rentabilidade das reservas aumentasse nada menos que R$ 260 bilhões. Por isso, o balanço da autarquia ficará positivo.