O tímido superávit comercial registrado no mês passado, de apenas US$ 112 milhões, fez com que o Brasil fechasse o primeiro trimestre do ano com saldo negativo recorde na balança comercial. De janeiro a março, as importações superaram as exportações em US$ 6,1 bilhões, maior déficit já registrado desde o início dos registros, em 1994, informou o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic).
Confira a balança comercial brasileira
Embora os dados sejam nominais não considerem o efeito da inflação , eles reforçam as evidências de fraqueza no comércio exterior do país. O rombo acumulado neste ano supera em 17% o verificado nos três primeiros meses do ano passado, quando o saldo negativo de US$ 5,2 bilhões já fora recorde. No trimestre, as exportações sofreram queda de 4,1% pela média diária frente ao mesmo período do ano passado, enquanto as importações caíram 2,1%.
O número de 2013 embute ainda uma distorção, já que contabiliza US$ 2,6 bilhões de importações da Petrobras que haviam sido feitas, na verdade, em 2012.
Ainda assim, o governo aposta em superávit comercial ao final de 2014. Segundo o Mdic, a virada no resultado poderá ser percebida no segundo semestre diante da melhora na produção nacional de petróleo e do arrefecimento da compra de eletroeletrônicos importados, cuja demanda cresceu por conta da Copa do Mundo.
Superávit
Apesar de interromper dois meses consecutivos de déficit, o resultado positivo de março não animou: trata-se do saldo mais baixo para o mês desde 2001. O resultado se deveu à forte alta das vendas de soja, de 73% na comparação com março de 2013. Foram US$ 3,1 bilhões, o que representou 17% de toda a pauta exportadora do país em março.
Tal expansão compensou a queda expressiva nas vendas para o mercado europeu, de 13,5%, maior perda porcentual. A retração superou até mesmo a queda de 10,9% das exportações para a Argentina, que vive aguda crise financeira.