O Brasil terá uma das maiores altas no número de desempregados entre os países emergentes neste ano, informou um relatório Organização Internacional do Trabalho (OIT) divulgado nesta terça-feira (19). Segundo a entidade, o número de desempregados no Brasil subirá de 7,7 milhões em 2015 (7,2%) para 8,4 milhões em 2016 (7,7%), chegando à estabilidade em 2017.
O documento prevê um forte aumento do desemprego em 2016 e 2017, principalmente nos países afetados pela desaceleração da China e pela queda no preço das commodities, como o Brasil, afirma o relatório “Emprego Mundial e Perspectiva Social”, apresentado em Genebra.
Desemprego dispara como principal causa da inadimplência
Ao atingir 41% dos entrevistados, o desemprego aumentou 5 pontos percentuais
Leia a matéria completaO relatório aponta que o desemprego mundial afetava 197,1 milhões de pessoas no ano passado, “cerca de um milhão a mais do que no ano anterior, e 27 milhões a mais do que nos anos anteriores à crise de 2008”. A OIT estima que o número total de desempregados no mundo vai ultrapassar 200 milhões pela primeira vez em 2017, acima do número do ano passado e da projeção de 199,4 milhões para este ano.
“O número de desempregados em nível mundial aumentará em 2,3 milhões em 2016, e em 2017 em 1,1 milhão. A maior parte desse crescimento acontecerá nas economias emergentes” e os principais afetados serão Brasil (mais 700 mil desocupados) e China (mais 800 mil), afirma a entidade.
“O desemprego aumentou no ano passado e o que mais nos preocupa é que isso continuará acontecendo nesse ano e em 2017”, disse o diretor-geral da OIT, Guy Ryder, em coletiva de imprensa.
América Latina
Na América Latina, as projeções da OIT estimam um aumento do número de desempregados de 19,9 milhões em 2015 (6,5% da mão de obra ativa) a 21 milhões em 2016 (6,7%) e 21,2 milhões em 2017 (igual porcentagem). A crise não só afeta o emprego de milhares de pessoas, como piora seriamente as condições de trabalho, atingindo as classes médias e aumentando a instabilidade social.
“A clara desaceleração das economias emergentes, combinada com a forte queda dos preços das matérias-primas, tem um impacto considerável no mundo do trabalho”, disse Ryder.
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