O Brasil vai questionar as medidas adotadas pelos europeus durante a crise e alerta que as iniciativas para resgatar parte da economia, finanças e mesmo a produção de açúcar do Velho Continente podem estar sendo usadas como apoio ilegal, criando medidas protecionistas e distorcendo os mercados.
O questionamento será feito nesta terça-feira, 16, na Organização Mundial do Comércio (OMC), durante sabatina à Europa por conta de sua política comercial dos últimos dois anos.
No total, o Brasil atacou quase 90 setores diferentes e barreiras criadas pelos europeus, desde problemas sanitários a picos tarifários, passando por regras de patente e outras medidas protecionistas. O Itamaraty vem sendo duramente atacado pelos europeus no que se refere à política comercial da presidente Dilma Rousseff. Na semana passada, as maiores economias do mundo, lideradas pela Europa, pediram que o Brasil desmonte seu sistema de incentivos fiscais, que consideram um "apoio proibido"aos exportadores nacionais.
Mas, na sabatina, parte da ofensiva do Brasil é um contra-ataque às acusações europeias. Com um desemprego recorde e inúmeros bancos em situação crítica, os europeus proliferaram reformas e injeção de capital na esperança de frear a crise.
O problema é que acabaram criando distorções. Um exemplo é a questão das estatais europeias. Segundo o Brasil, existe muito pouca informação oficial sobre esse setor da economia. Mas a suspeita é de que existam "várias centenas" delas entre os países europeus e que, com a crise e com a iniciativa de governos de socorrer empresas à beira do colapso, o número de estatais tenha disparado.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.