O porta-voz da Presidência da República, Marcelo Baumbach, informou nesta sexta-feira (30) que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva vai levar ao colega paraguaio, Fernando Lugo, uma proposta de financiamento para a construção de uma linha transmissão de energia que beneficiará o Paraguai. Lula e Lugo se reúnem na próxima segunda (3) em Ponta Porã (MS), na fronteira com o país vizinho.

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A construção de uma linha de transmissão para abastecer o mercado interno do Paraguai com energia gerada na hidrelétrica de Itaipu foi tratada há dois anos, quando o Brasil negociou o aumento do preço da energia comprada do Paraguai. A linha foi apresentada como uma alternativa para baixar o reajuste da tarifa exigido pelos paraguaios pela aquisição do excedente de energia de Itaipu.

Segundo a Baumbach, a linha de transmissão deverá custar entre US$ 350 e US$ 400 milhões e poderá ser financiada pelo Brasil através de contribuições voluntárias ao Fundo para a Convergência Estrutural e Fortalecimento Institucional do Mercosul (Focem). O Brasil empresta anualmente US$ 70 milhões ao fundo e vai propor um aporte extra de recursos destinado especificamente à construção. A proposta depende, no entanto, do aval do Paraguai e dos outros países membros do bloco regional- Uruguai e Argentina.

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"A contribuição através do Focem permite que a obra seja feita sem a exigência de contrapartidas e custos para o Paraguai e sem aumentar o preço da energia para o consumidor brasileiro", disse Baumbach. A linha de transmissão teria potência de 500 kilovolts. "O objetivo é solucionar a dificuldade do Paraguai de abastecer o mercado interno com a sua energia gerada em Itaipu", explicou.

Na quinta-feira (29), o ministro de Relações Exteriores, Celso Amorim, já havia sinalizado que a prioridade do encontro entre Lula e o presidente paraguaio seria a construção da linha de transmissão de energia.

"Como é que pode um país ser sócio da maior hidrelétrica do mundo e ter apagão? A questão da linha de transmissão é prioridade. Curiosamente antes não era prioridade deles, agora é prioridade deles também. Então, estamos chegando a uma conclusão de como fazer, mas tem detalhes técnicos que tem que ser resolvidos", afirmou Amorim.

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