O Sindicato Nacional de Componentes para a Indústria de Veículos Automotores (Sindipeças), que representa os fabricantes brasileiros de autopeças, aceitou reduzir em 30% as exportações brasileiras de freios para a Argentina no segundo semestre deste ano em relação aos primeiros seis meses de 2009. "Ainda não temos o número exato do que representa esse porcentual, mas o acordo é melhor do que enfrentar uma dificuldade maior", disse o presidente do Sindipeças, Paulo Butori. Entre as eventuais dificuldades, ele citou as mercadorias barradas na alfândega por medidas como as licenças não automáticas ou os valores mínimos de referência.
Butori detalhou que, no ano passado, o setor brasileiro exportou para o mercado argentino US$ 15 milhões em freios, mas nos primeiros cinco meses deste ano, este volume já sofreu uma queda de 37%. Mesmo assim, o empresário se resigna: "é o acordo possível neste momento". Butori disse que a partir deste entendimento, a Argentina se comprometeu em liberar a entrada dos produtos em seu mercado rapidamente. Atualmente, os exportadores brasileiros se queixam da demora entre 90 e 120 dias ou mais para a autorização de importação pela alfândega argentina.
No que diz respeito às exportações das embreagens, os empresários decidiram aceitar uma redução de 40% em seus envios em relação ao que foi vendido em 2008. "Essa redução será feita somente nos modelos de fabricação comum", esclareceu o presidente do Conselho Administrativo do Sindipeças, Antonio Carlos Meduna. Dos cerca de 500 tipos de embreagens vendidos à Argentina, os brasileiros se comprometeram em reduzir as vendas de apenas 75 modelos para não competirem com os fabricantes argentinos.
"Nós estamos claramente ajudando a indústria argentina", afirmou Meduna. "Nos próximos 10 dias vamos mapear os números para definir o volume exato da redução e o acordo deverá ser assinado na próxima reunião", detalhou. Em 2008, o Brasil vendeu US$ 65 milhões em embreagens à Argentina.
Este é o terceiro acordo que o Sindipeças brasileiro fecha com a Argentina para restringir as vendas ao mercado do país vizinho. Os empresários estiveram reunidos ontem e hoje, sexta-feira em Buenos Aires, onde se realizam encontros bilaterais de vários setores para negociar a administração do comércio entre os dois países.
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