O Brasil está envelhecendo em ritmo mais acelerado do que o previsto. Isto acontece por causa da intensa queda da fecundidade e do aumento da expectativa de vida. Se nada for feito para preparar o país para este novo cenário, com cada vez mais idosos e menos crianças e população em idade ativa, uma pesquisa do Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (Iess) estima que de 46% a 57% do PIB (a variação depende do crescimento da economia) estará comprometido apenas com a Previdência em 2030. Hoje, esta proporção é de 19%. A mesma pesquisa prevê também que o envelhecimento populacional trará impactos nos gastos com saúde pública, que crescerão 150% no mesmo período.
Além de preparar o país para garantir qualidade de vida à população idosa sem sacrificar crianças e jovens no futuro, as mudanças impõem também outro desafio: melhorar a produtividade da mão de obra. Haverá menos trabalhadores na ativa, e os que estarão ainda enfrentarão problemas como a baixa qualificação. A transição demográfica, no entanto, oferece também oportunidades para amenizar esses problemas. Com menos crianças na população, fica mais fácil aumentar o investimento per capita na infância.
Os autores do estudo do Iess defendem que as mudanças para preparar o país para este novo cenário não sejam mais adiadas.
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