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Leilão

Brasileira CCR e francesa Vinci levam 22 aeroportos; governo arrecada R$ 3,3 bilhões

O Aeroporto Afonso Pena, em São José dos Pinhais (Região Metropolitana de Curitiba) foi um dos 22 terminais leiloados nesta quarta (7). (Foto: Albari Rosa/Gazeta do Povo)

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O grupo brasileiro CCR e a empresa francesa Vinci Airports foram os vencedores do leilão de aeroportos realizado nesta quarta-feira (7), na Bolsa de Valores de São Paulo (B3). Eles vão administrar 22 aeroportos brasileiros pelos próximos 30 anos e terão de investir R$ 6,1 bilhões nesses ativos ao longo do tempo de contrato de concessão. Os terminais leiloados eram administrados pela estatal Infraero.

Os vencedores também se comprometeram a pagar R$ 3,3 bilhões em outorga à vista à União, com ágio médio de 3.822% em relação aos lances mínimos exigidos pelo governo, que somavam R$ 186,2 milhões. Além do valor à vista para arrematar os ativos, as empresas vão pagar uma outorga variável, que é um percentual da renda obtida, a ser cobrada pela União a partir do quinto ano de contrato.

O Grupo CCR foi o grande vencedor, ao levar dois dos três blocos de aeroportos. Os blocos arrematados pelo grupo eram o de maior potencial turístico. A CCR vai administrar nove terminais localizados na região Sul, incluindo o aeroporto de Curitiba, o mais cobiçado do certame, e seis no Centro-Oeste e Nordeste, sendo o de Goiânia o principal.

Já a francesa Vinci, que já administra o aeroporto de Salvador, foi a vencedora do bloco Norte, formado por sete aeroportos usados, principalmente, para o transporte de cargas. O principal é o de Manaus. (confira o resultado completo do leilão ao fim da matéria)

Além da CCR e da Vinci, outras cinco empresas participaram do leilão: a espanhola Aena, a francesa ADP, a argentina Inframérica e as brasileiras Pátria e Socicam.

Primeiro grande leilão do ano

Foi o primeiro grande leilão de ativos de infraestrutura realizado neste ano pelo governo federal e também o primeiro da "Infra Week", como o Executivo vem chamando esta semana de certames, que contará ainda com as concessões da Ferrovia de Integração Leste-Oeste (Fiol) e de cinco terminais portuários. Os leilões desta semana são a aposta do governo para retomar uma agenda positiva em meio ao recrudescimento da pandemia de Covid-19.

O objetivo é passar a imagem de que a crise do novo coronavírus e os seus efeitos na economia são temporários. Além disso, demonstrar a confiança do investidor no país em longo prazo.

Após o término do leilão, o ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, afirmou que o governo começou a "InfraWeek" com pé direito. "O país merece esse crédito. País muito grande, rico em oportunidades, que atravessa momento difícil sim, mas tem capacidade de se reinventar. Tem tudo que o investidor quer e tem oferecido grandes oportunidades nesse cenário de juros baixos", explicou.

Juntos, os aeroportos concedidos nesta quarta respondem por 11% dos passageiros do mercado brasileiro de transporte aéreo. Em 2019, foram 23,9 milhões de embarques e desembarques pelos terminais, segundo a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac).

Quem venceu cada bloco

O leilão dos 22 aeroportos foi realizado nesta quarta-feira em três blocos. O primeiro com nove terminais na região Sul, o segundo com sete na região Norte e o último com seis no Centro-Oeste e Nordeste. Os principais são os aeroportos de Curitiba, Manaus e Goiânia, respectivamente. Os vencedores terão de administrar todos os terminais do bloco.

Todos os blocos atraíram propostas iniciais de mais de um interessado e tiveram teve ágios (diferença em relação ao lance mínimo de outorga exigido pelo governo) altos. Porém, os participantes decidiram não dar lances no viva-voz, quando as empresas vão ao microfone dar lance acima do valor que ofereceram inicialmente.

Confira quem arrematou cada bloco, quanto o vencedor terá de pagar à União em outorga à vista e qual o investimento exigido ao longo do contrato de concessão, que é de 30 anos:

Bloco Sul

Aeroportos: Curitiba/PR, Foz do Iguaçu/PR, Londrina/PR, Bacacheri em Curitiba/PR, Navegantes/SC, Joinville/SC, Pelotas/RS, Uruguaiana/RS e Bagé/RS.

Vencedor: Companhia de Participações em Concessões, do Grupo CCR.

Proposta final (a pagar à União): R$ 2,128 bilhões.

Ágio: 1.534,36%.

Investimentos (em 30 anos): R$ 2,9 bilhões.

Bloco Central

Aeroportos: Goiânia /GO, Palmas/TO, São Luís/MA, Imperatriz/MA, Teresina/PI e Petrolina/PE.

Vencedor: Companhia de Participações em Concessões, do Grupo CCR.

Proposta final: R$ 754 milhões.

Ágio: 9.156,01%

Investimentos: R$ 1,8 bilhão.

Bloco Norte

Aeroportos: Manaus/AM, Tabatinga/AM, Tefé/AM, Porto Velho/RO, Rio Branco/AC, Cruzeiro do Sul/AC e Boa Vista/RR.

Vencedor: Vinci Airports.

Proposta final: R$ 420 milhões.

Ágio: 777,47%.

Investimentos: R$ 1,4 bilhão.

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