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Tecnologia financeira

Brasileiro adota tecnologia para pagamento, mas não acredita na rápida evolução do setor financeiro

Mastercard-Ajay Banga
Ajay Banga, presidente da Mastercard: "oportunidades para todos" (Foto: Divulgação/Mastercard)

Apesar de os brasileiros adotarem novas tecnologias para realizar pagamentos, principalmente por smartphones, eles não acreditam na rápida evolução do setor financeiro, segundo a pesquisa “Estudo sobre comportamento dos jovens brasileiro” divulgado nesta sexta-feira (5/7) pela Mastercard, em parceria com a Kantar, no evento de inovação Master Minds 2019.

O levantamento aponta que 64% dos consumidores de 18 a 35 anos, faixa-etária que compõe a geração milênio, realizam pagamentos frequentemente ou ocasionalmente por aplicativos, contra 57% que optam por navegadores móveis. Dos 1.000 consumidores entrevistados, 50%  dizem aceitar todos os tipos de tecnologias para o setor financeiro e 63% admitem que esses recursos facilitam suas vidas.

No entanto, apenas 22% deles esperam que futuramente as lojas deixem de aceitar dinheiro e priorizem meios tecnológicos de pagamento — o que mostra o ceticismo dos brasileiros em relação à evolução do setor de financeiro, principalmente pela burocracia do país, afirma Sarah Bichwirz, vice-presidente de comunicação e marketing da Mastercard Brasil e Cone Sul. A média dos países sul-americanos foi de 29%.

A pesquisa, elaborada pela VocaLink, empresa britânica adquirida pela Mastercard, contou com participantes do Brasil, Peru, Argentina, Chile e Colômbia.

De acordo com Sarah, os smartphones se tornaram cada vez importantes para os millennials pela comunicação e praticidade na hora de realizar pagamentos. Hoje, compras podem ser pagas à distância por aplicativos ou presencialmente pela aproximação do aparelho em leitores habilitados. Não à toa,  23% dos brasileiros não conseguiriam viver sem seus gadgets e admitem estar preocupados com essa dependência.

Mas como toda tecnologia, existem barreiras no uso diário do aparelho, aponta o levantamento. Na avaliação de 40% dos millennials, a preocupação está em perder o smartphone (e com ele todo todos os dados). Para 28% deles, por sua vez, a falta de bateria do celular pode trazer problemas na hora de realizar pagamentos.

Cientes dos riscos dos meios digitais, os millennials consultados no estudo também destacaram a necessidade de segurança nas transações: 66% deles preferem utilizar a leitura biométrica no lugar da senha para pagar contas em caixas eletrônicos ou por smartphones; 48% optam pelo reconhecimento facial e 40%, pela análise de voz.

Os chips subcutâneos ainda não chegaram no Brasil, mas já têm representatividade entre a população. Segundo o estudo, 9% dos entrevistados consideram a tecnologia de autenticação a mais segura do mercado — mais que o dobro do índice verificado no Chile (4%).

Dinheiro domina transações

Mesmo que Ajay Banga, presidente e CEO global da MasterCard, tenha assumido em público o compromisso de incluir financeiramente 500 milhões de pessoas até 2020 e esteja perto de atingir a meta este ano, a companhia norte-americana admite que o dinheiro de papel não deixará de ser utilizado.

“Inclusão se tornou uma palavra da moda, mas o importante é dar as mesmas oportunidades para todos. Isso que é realmente inclusão”, afirma Banga, no Master Minds 2019, nesta sexta-feira (5/7).

Os pagamentos com cartão de débito, de fato, estão se tornando um sério rival do papel moeda para as compras do dia a dia. Em algumas categorias de compras, os cartões de débito e crédito já ultrapassaram o dinheiro em espécie. Por exemplo, 63% dos millennials afirmam usar cartões para pagar compras em supermercados, enquanto 61% utilizam dinheiro.

No Brasil como um todo, 68% dos consumidores utilizam dinheiro para pagar as contas. Na Argentina, o índice sobe para 84% e na Colômbia, 92%.

“O meu medo é a tecnologia aumentar a desigualdade. Atualmente, 2 bilhões de pessoas não têm carteira de identidade, nem conta bancária. Imagina quando tivermos a rede 5G e a geladeira e o tênis tiverem acesso aos dados? A distância entre aqueles que têm acesso à internet e aqueles que não têm vai aumentar ainda mais”, avalia o executivo indiano.

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