• Carregando...
Ao comprar o vestido de noiva por US$ 180, Kelly Sendecki economizou R$ 6 mil | Aniele Nascimento/Gazeta do Povo
Ao comprar o vestido de noiva por US$ 180, Kelly Sendecki economizou R$ 6 mil| Foto: Aniele Nascimento/Gazeta do Povo

"Nas cabeças"

Varejista oriental quer bater Walmart e assumir liderança globalO maior portal de vendas online da China, o Alibaba, é o melhor exemplo do tamanho do e-commerce do país. Com oferta de vendas tanto de lojistas quanto de transações entre pessoas físicas, a rede movimentou 170 bilhões de dólares ao longo de 2012 – mais do que os concorrentes e-Bay e Amazon.

De acordo com o próprio Alibaba, o site é responsável por 60% das encomendas entregues dentro da China. Fora, a intenção é triplicar a atuação e ultrapassar o Walmart como maior varejista do mundo até 2016. Para isso, a rede está expandindo. Há dois anos, inclusive, o portal abriu um escritório no Brasil. A rede, no entanto, não divulga seus números regionais.

Alta de 87% foi o registrado pelos Correios em número de encomendas a sites chineses por brasileiros no ano passado. No país, número de compradores virtuais aumentou 24%.

De pendrives de 1 centavo a carros de R$ 240 mil. A variedade de produto e preço ofertada pelo e-commerce chinês conquistou o consumidor brasileiro. Enquanto de uma maneira geral o número de compradores virtuais do Brasil aumentou 24% em 2013, o número de encomendas vindas do gigante do outro lado do mundo cresceu 87% neste ano.

INFOGRÁFICO: Veja a variedade de produtos ofertados pelo e-commerce chinês

Em meio a esse universo quase infinito de bugigangas, como capinhas de celular e acessórios praticamente inúteis para computador, é possível achar produtos de boa qualidade e preço incomparável com os nacionais.

De acordo com consumidores e especialistas em comércio virtual, a alta acima da média tem uma explicação: com a valorização do dólar, aqueles clientes que já compravam em sites americanos migraram para os varejistas online da China. "Quem compra em lojas americanas e chinesas, via de regra, não é o consumidor iniciante. É aquele que costuma pesquisar bem as compras e faz isso com frequência. Este comprador notou que é possível achar produtos com um preço até dez vezes menor nos fornecedores chineses", explica o diretor da consultoria em e-commerce Virtual Shop, David Sheer.

Noiva por US$ 180

Um dos campeões de buscas nos maiores portais chineses de vendas é o vestido de noiva. Somente no AliExpress, maior site de vendas do país, são mais de 250 mil modelos ofertados para venda online, com preços que variam de US$ 20 a US$ 60 mil.

A um ano da data marcada para seu casamento, Kelly Sendecki pesquisou vestidos de grife para locação em Curitiba. O seu modelo preferido sairia por R$ 7 mil. Depois da indicação de amigas, a noiva encontrou um modelo parecido de um vendedor chinês por US$ 180. "Resolvi arriscar. Perto do que eu estava disposta a gastar no casamento, valeria o risco". Valeu. Com os ajustes necessários e frete – ela pediu com algumas medidas maiores e com entrega expressa – o traje saiu por menos de R$ 1 mil.

O frete grátis também faz a diferença. O músico Caio Araújo costumava comprar mensalmente camisetas em lojas americanas. Em uma compra de duas peças, ele pagava, em média, R$ 40 só pelo envio dos produtos. Já as compras da China vêm com a opção de envio pelo correio chinês, que não cobra a entrega. "Acaba sendo um pouco mais demorado, mas se a pessoa não tem urgência para receber aquelas encomendas acaba sendo um excelente negócio", afirma Araújo, que desde abril do ano passado fez mais de dez compras em sites chineses e apenas duas em lojas dos Estados Unidos.

Atenção à descrição e referências

Assim como qualquer compra via web, o comprador deve fazer pesquisas e buscar referências para comprar nos sites chineses. Neste caso, também é preciso se atentar a mais um detalhe: a descrição do produto. Por conta das diferenças das línguas, a definição dos produtos em inglês ou português fica um pouco confusa – e às vezes o produto que parece ser anunciado é bem diferente do que a sua descrição sugere.

Em uma busca por "iphone" em dois dos principais sites orientais de encomendas, mais de 10 mil itens são listados, mas nenhum deles é o celular da Apple. "Existe má fé de alguns vendedores e alguns deles simplesmente o descrevem de uma maneira que a tradução automática do site fica confusa", alerta o diretor da consultoria em e-commerce Virtual Shop, David Sheer.

Para não fazer nenhuma confusão a dica é buscar referências de outros compradores brasileiros. "Existem sites que são especialistas em alguns itens. O AliExpress, por exemplo, tem os melhores vendedores de roupas, mas tem várias reclamações para a venda de eletrônicos. Para celulares e computadores, é mais comum comprar no Deal Extreme", recomenda o administrador de um fórum online sobre compras na China, Carlos Tung Sung.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]