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O próximo dirigente da Organização Mundial do Comércio (OMC) será o brasileiro Roberto Azevedo ou o mexicano Hermínio Blanco, garantindo para a América Latina pela primeira vez o posto mais alto no órgão de comércio mundial.

Azevedo e Blanco emergiram como os únicos candidatos remanescentes após a segunda de três rodadas na competição para suceder Pascal Lamy em 1o de setembro, disse nesta quinta-feira uma fonte diplomática.

Três outros candidatos --a indonésia Mari Pangetsu, o neozelandês Tim Groser e o sul-coreano Taeho Bark-- foram descartados após não angariarem apoio suficiente dos 159 membros da OMC, disse a fonte.

Os candidatos foram informados sobre o resultado numa reunião confidencial na sede da OMC, onde três embaixadores-sênior estão presidindo o processo de seis meses para escolher um novo diretor-geral da OMC.

O vencedor, que será conhecido até o fim de maio, enfrenta o imenso desafio de restaurar a confiança na capacidade da OMC para negociar um acordo de comércio global. O posto carrega pouco poder executivo, forçando seu detentor a depender de diplomacia, perspicácia e persuasão.

Azevedo é o embaixador brasileiro na OMC e Blanco é um experiente negociador de comércio que liderou o México nas negociações de livre comércio que resultaram no bloco econômico Nafta.

No caso de ambos, suas posições atuais eram consideradas obstáculos a serem superados. Alguns diplomatas viam Azevedo como muito júnior e sem status ministerial, enquanto outros reprovavam a proximidade de Blanco a acordos de livre comércio fora da OMC.

Mas a disputa final vai satisfazer muitos membros da OMC que afirmavam que o próximo dirigente da organização deveria vir da América Latina ou da África. Algumas nações africanas podem concluir que o resultado fortalece sua própria campanha pelo cargo na próxima disputa.

Dois candidatos africanos, do Quênia e de Gana, foram descartados após a primeira rodada neste mês, além de candidatos da Costa Rica e da Jordânia.

A primeira rodada acabou em amargor, com o Quênia afirmando que o processo é "grosseiramente falho" porque um bloco --o que, segundo diplomatas, é uma referência à União Europeia-- não respeitou as regras da competição.

A competição teve início com nove candidatos, maior número de postulantes nos 18 anos da OMC, incluindo pela primeira vez três mulheres.

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