Vitor está na Austrália para fazer intercâmbio| Foto: Reprodução/Twitter

“Obrigado, Vitor, de Sidney! Um dos primeiríssimos no mundo a comprar um iPhone 6s, tuitou Tim Cook, o presidente-executivo da Apple, nesta sexta-feira (25), data do lançamento da nova versão do smartphone em 12 países.

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Cook estava falando do estudante brasileiro Vitor Epiphanio, 18, natural de Biritiba Mirim, no interior de São Paulo, que faz intercâmbio na Austrália há quatro meses.

Depois de ficar na fila desde segunda-feira (21), munido de saco de dormir e barraca à prova d’água, ele foi o primeiro a comprar o aparelho no mundo. Conseguiu, então, o que queria: atrair a atenção dos funcionários da companhia para um dia, quem sabe, conseguir um trabalho lá.

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“Eu queria ser a primeira pessoa do mundo a comprar o iPhone. Trabalhar na Apple é um dos meus sonhos, eu gosto da marca, então se eles vissem meu esforço seria alguma coisa, um jeito de fazer uma média ou algo do tipo”, contou Epiphanio à reportagem, por telefone, já usando o aparelho – um iPhone 6s Plus de 128 Gbytes, o mais caro da linha, pelo qual desembolsou 1.530 dólares australianos (R$ 4.200).

A Tim Cook, um aviso: o brasileiro toparia começar de baixo, sendo atendente na loja (”eu sei falar de cor sobre qualquer produto da empresa”), mas gostaria de no futuro ser programador. Ele pretende começar a faculdade de engenharia da computação quando voltar ao Brasil, no ano que vem.

Para se manter na fila, Epiphanio recorria ao McDonald’s vizinho da loja da Apple para comer e ir ao banheiro e também a amigos: eles guardavam seu lugar enquanto ele ia para casa tomar banho.

CEO da Apple tuitou parabenizando o comprador brasileiro 

Robô à frente

Mesmo com esse esforço, Epiphanio não era exatamente o primeiro na espera – lhe faziam companhia um australiano que estava lá havia 18 dias e uma robô. A máquina, que se movimenta com rodinhas e têm um iPad na parte de cima, era operada pela executiva de marketing Lucy Kelly.

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“Eu obviamente tenho meu trabalho e outras coisas para fazer e não posso ficar dois dias na fila, então o meu chefe sugeriu que eu levasse um dos robôs e o usasse para guardar meu lugar”, contou ela à agência Reuters.

De acordo com o brasileiro, o robô chegou depois à fila, mas acabou passando na frente porque, para a Apple, era interessante ter uma máquina com um de seus tablets ali na cena.

Na hora de fazer a compra, entretanto, ele acabou sendo o primeiro porque era o fã da marca ali, de carne e osso -o australiano, que não tem produtos da empresa fundada por Steve Jobs, estava apenas usando seu lugar na fila para fazer uma campanha on-line de arrecadação de fundos para caridade.

Análise

Analistas esperam que, só neste primeiro fim de semana, entre 12 milhões e 13 milhões de unidades do iPhone 6s sejam vendidos, mais do que os 10 milhões registrados no lançamento do ano passado.

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Os aparelhos têm entre as principais novidades um sistema chamado 3D touch, que usa a força com que o usuário toca a tela para acionar diferentes funções do aparelho. Muitos especialistas apontaram que há pouca novidade no produto, que não teria nada de efetivamente revolucionário.

O brasileiro discorda. “O 3D touch vai mudar a forma com que você interage com o celular, vai ser tendência para outros aparelhos”, analisa. “Mas vai demorar algumas semanas até as pessoas perceberem a diferença, até que os apps sejam atualizados para suportar a mudança.”

Anunciar os benefícios dos produtos da Apple, Vitor Epiphanio já sabe.