De vento em popa
Casal observa crescimento contínuo
A família de Sílvia e Marcos Ferreira, 39 e 40 anos respectivamente, se encaixa no quadro de otimismo projetado pelo Índice de Expectativa das Famílias divulgado ontem pelo Ipea. Os dois têm ensino médio completo e renda superior a 5 salários mínimos. No último ano fizeram investimentos, compraram mais um automóvel e esperam que a segurança em relação ao mercado de trabalho fique ainda maior.
Eles têm dois filhos, de 18 e 20 anos, e possuem uma gráfica de porte médio em Ponta Grossa, nos Campos Gerais, trabalhando em sistema de economia familiar, sem a contratação de funcionários. Segundo Marcos, eles já poderiam ter ampliado o negócio se encontrassem trabalhadores qualificados para o ramo. "Só não crescemos mais por falta de mão de obra, é difícil encontrar pessoas que saibam trabalhar com as máquinas que usamos na gráfica", aponta.
A expectativa em relação à economia do país e à situação da família também é positiva.
"Esse último ano foi muito bom, conseguimos comprar equipamentos para a empresa, trocamos um carro e compramos outro. Acho que vai continuar assim, já planejamos os próximos dois anos e temos confiança de que vai dar certo", diz Sílvia, referindo-se aos financiamentos que fizeram para comprar equipamentos.
Marcos ainda salienta que, desde que montou o negócio em Ponta Grossa, não teve momentos de retração. "Chegamos aqui há dez anos e sempre progredimos; por isso acredito que não tem como retroceder", diz.
Sobre a disposição em relação ao consumo, o casal é mais comedido. "Já projetamos os próximos dois anos, então acredito que poderemos crescer depois disso, mas se tudo melhorar nada impede que a gente invista mais ainda", conta Marcos.
Ismael de Freitas, da sucursal, especial para a Gazeta do Povo
O grau de otimismo das famílias brasileiras em relação à situação socioeconômica do país aumentou em janeiro ante o mês anterior, apontou o índice de Expectativas das Famílias (IEF), divulgado ontem pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). O indicador atingiu seu patamar mais alto desde sua criação, há seis meses: 67,2 pontos de uma escala que varia de 0 a 100."Há uma desconexão entre a expectativa das famílias e as medidas que estão sendo anunciadas. As famílias preveem que estarão com a situação melhor do que no ano passado", disse o presidente do Ipea, Marcio Pochmann, sobre a atuação do governo para reduzir o ritmo de crescimento da economia, com a elevação das taxas de juros. Quanto à expectativa das famílias sobre a situação econômica do Brasil nos próximos 12 meses, 64% disseram esperar melhoras. Já quando o período em questão abrange os próximos cinco anos, o porcentual dos que esperam melhores momentos cai para 60,9%.
Por outro lado, as famílias são mais moderadas com relação à compra de produtos de consumo duráveis. Do total, 58,2% avaliam que o momento atual é propício para adquirir este tipo de produto. Este índice é o maior desde o início da pesquisa, há seis meses. Para Pochmann, no entanto, deve haver um ajuste nos próximos meses. Ele avalia que o governo poderá tomar medidas mais enérgicas para desacelerar o crescimento da economia.
Sobre a situação de segurança na ocupação do responsável pelo domicílio, 79,6% disseram achar não estarem ameaçados de perderem seus postos de trabalho. O porcentual é o maior desde agosto, quando a pesquisa foi iniciada. No entanto, o porcentual dos que têm expectativa de melhoria profissional é de apenas 39,1%.
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