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Inteligência artificial

Brasileiro lidera pesquisa sobre robótica

A fusão entre cérebro e máquina pode, antes do que se imaginava, trazer o seu primeiro gran­­de resultado – e o principal responsável por isso é um cientista brasileiro. Miguel Ni­­colelis, paulistano, 48 anos, formado pela USP, chefia um dos mais avançados laboratórios de neurociência do mundo, o de Du­­ke, na Carolina do Norte.

Eleito um dos 20 cientistas mais importantes do mundo pela revista "Scientific Ameri­can", Nicolelis é considerado o nú­­mero 1 em sua especialidade, a neurobiologia. Seu maior projeto? Conectar mente e ro­­bó­­tica para fazer com que quadriplé­gicos voltem a andar.

Já faz quase 10 anos que uma equipe liderada por ele conseguiu conectar o cérebro de um macaco a um computador, fa­­zendo que o primeiro con­­trolasse o segundo por meio de pensamentos. Em 2008, isso aconteceu novamente – mas, dessa vez, com o bi­­chinho nos Estados Unidos e as pernas mecânicas no Japão. O resultado é que, mesmo nessa situação, a resposta robotizada é tão rápida quanto a do corpo biológico.

O brasileiro é um dos principais nomes de um projeto global chamado "Walk Again", que une pesquisadores para construir uma espécie de exoesqueleto para humanos, nos mol­­des daquele dos besouros. Ligando a mente diretamente a um "terno" robótico (já em de­­senvolvimento), seria possível trazer movimentos de volta às pernas e aos braços de pessoas paralisadas, que controlariam a estrutura com pensamentos. "É como um tenista com uma ra­­quete. Como ele a usa sempre, aquela ferramenta é assimilada como uma extensão do corpo", explica o médico.

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